A sustentabilidade e o futuro do planeta têm sido temas de crescente relevância nas discussões globais. Com a COP30, a maior cimeira climática do mundo, a realizar-se em Belém, Brasil, de 10 a 21 de novembro de 2025, a urgência em abordar estas questões torna-se ainda mais evidente. No entanto, a ausência dos Estados Unidos, China e Índia, os três maiores poluidores, levanta preocupações sobre a eficácia das negociações.
Neste contexto, a EY lançou uma experiência imersiva chamada “Four Futures”, que utiliza inteligência artificial para projetar quatro cenários possíveis para o futuro do planeta até 2055. Esta iniciativa visa sensibilizar a sociedade sobre as consequências das decisões que tomamos hoje. A experiência foi apresentada pela primeira vez na COP28, no Dubai, e teve uma exibição recente em Portugal, onde o ECO teve a oportunidade de explorar os diferentes cenários.
Os cenários apresentados variam desde o colapso total até uma visão otimista de transformação. No cenário mais pessimista, denominado “Collapse”, o aumento da temperatura global atinge quatro graus Celsius até 2100, resultando em catástrofes naturais constantes e uma população reduzida a 6,4 mil milhões de pessoas. A economia global entra em colapso, e a desigualdade social atinge níveis alarmantes, com milhões de pessoas em deslocação permanente.
Por outro lado, o cenário “Constrain” prevê um aumento de dois graus na temperatura média até 2100, com 8,5 mil milhões de pessoas a viverem sob severas restrições. A escassez de recursos essenciais, como energia e alimentos, leva a um controlo rigoroso por parte dos Estados, resultando em regimes autoritários e um comércio global em colapso.
O cenário “Business as Usual” apresenta uma realidade onde a temperatura média sobe três graus até 2100, com uma população que ultrapassa os 9,5 mil milhões. Neste cenário, as crises ambientais tornam-se parte do quotidiano, enquanto os governos adiam as metas de neutralidade carbónica.
Finalmente, a visão mais esperançosa é o cenário “Transform”, onde o aquecimento global é contido em 1,5 graus, conforme estipulado no Acordo de Paris. Neste futuro, a economia é medida pelo bem-estar e não apenas pelo lucro, e a humanidade reencontra um propósito comum.
Norma Franco, Partner da EY, sublinha que a descarbonização é crucial, mas não é suficiente. É necessário um alinhamento de esforços em várias frentes, incluindo a transformação de modelos de negócio e comportamentos sociais. A inovação tecnológica e a cooperação entre empresas, instituições e governos são fundamentais para alcançar um futuro sustentável.
Manuel Mota, também da EY, reforça que a descarbonização deve ser acompanhada de uma reflexão sobre o modelo económico global. O crescimento contínuo, que atualmente define o sucesso, pode ser insustentável. Os cenários mais positivos não correspondem necessariamente a economias maiores, mas a uma redefinição do que significa progresso e bem-estar.
À medida que nos dirigimos para 2055, é essencial que cada um de nós reflita sobre como as nossas ações e comportamentos podem contribuir para um futuro do planeta mais sustentável. Leia também: “Como a descarbonização pode mudar a economia global”.
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Fonte: ECO





