O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, manifestou a sua expectativa de que a cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que decorre em Santa Marta, Colômbia, possa contribuir para a diminuição da “tensão crescente” entre os Estados Unidos e a região. Montenegro sublinhou que “não há temas tabu” a serem discutidos.
A cimeira acontece num contexto de tensões diplomáticas entre Bogotá e Washington, especialmente após os Estados Unidos terem imposto sanções ao Presidente colombiano, Gustavo Petro, acusando-o de envolvimento com o narcotráfico. Países como o Brasil já manifestaram a intenção de abordar este assunto durante o encontro, com o Presidente Lula da Silva a caracterizar a sua presença como um ato de “solidariedade regional” em relação à Venezuela, especialmente em resposta ao destacamento militar norte-americano nas proximidades das águas venezuelanas.
Questionado sobre a pertinência de discutir estes temas na cimeira UE-CELAC, Montenegro respondeu afirmativamente, recordando que Portugal sempre teve um papel “interventivo e proativo” ao longo da sua história de 900 anos, procurando sempre “aproximar povos e resolver conflitos”. O primeiro-ministro afirmou que a crescente tensão entre os EUA e a América Latina é uma questão que também interessa a Portugal e à comunidade internacional.
Montenegro expressou a esperança de que a cimeira consiga promover uma aproximação de posições que favoreça um relacionamento mais estável e consolidado entre os Estados da região e os Estados Unidos, no âmbito bilateral. “Não há tabus em cima da mesa e eu acho que é assim mesmo que deve ser para quem tem verdadeira vontade de resolver os problemas, porque a melhor maneira para não os resolver seria não falar deles”, afirmou.
Além disso, Montenegro destacou os vários papéis de responsabilidade que Portugal tem assumido no contexto internacional, como a secretaria-geral das Nações Unidas, ocupada por António Guterres, e a expectativa de que o país seja eleito para o Conselho de Segurança da ONU como membro não permanente entre 2027 e 2028.
Os Estados Unidos alegam ter afundado 17 embarcações no Caribe e Pacífico, supostamente envolvidas em tráfico de droga, resultando em mais de 60 mortes. Colômbia e Venezuela, por sua vez, classificam estas ações como assassinatos e execuções extrajudiciais.
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Fonte: Sapo





