A presença militar dos EUA na América do Sul está a ser reforçada, com o envio do porta-aviões Gerald Ford e de várias embarcações de guerra para a região. Esta movimentação, que ocorre sem qualquer autorização formal, é uma resposta à crescente preocupação com o tráfico internacional de droga, especialmente a partir da Venezuela. A Doutrina Monroe, que estabelece o direito dos EUA de intervir em assuntos latino-americanos, continua a ser um pilar da política externa norte-americana.
O porta-aviões, que transporta caças F-35, é acompanhado por oito navios de guerra e um submarino. Segundo o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, esta presença militar dos EUA visa aumentar a capacidade de detetar e interromper atividades ilícitas que ameaçam a segurança dos Estados Unidos e do hemisfério ocidental. No entanto, especialistas alertam que a maior parte da droga que chega às cidades americanas não provém da Venezuela, mas sim do México e da Colômbia.
A análise de vários especialistas sugere que a demonstração de força dos EUA pode estar mais ligada a uma tentativa de mudar o regime na Venezuela do que a um combate efetivo ao tráfico de droga. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, também defende esta teoria, afirmando que a intervenção militar dos EUA visa desestabilizar o seu governo. Recentemente, Washington aumentou a recompensa por informações que liguem Maduro ao narcotráfico, passando-a para 50 milhões de dólares.
A Doutrina Monroe, que foi enunciada em 1823, serviu ao longo dos últimos 200 anos para justificar diversas intervenções militares e políticas na América Latina. Desde a criação do Panamá até à intervenção em países como Cuba e Nicarágua, esta doutrina tem sido utilizada para moldar a política externa dos EUA na região. Curiosamente, a Doutrina Monroe foi inicialmente concebida com um caráter defensivo, visando proteger os Estados Unidos de ameaças externas.
A atual presença militar dos EUA na América do Sul levanta questões sobre as verdadeiras intenções de Washington na região. Enquanto alguns defendem que se trata de uma ação legítima contra o tráfico de droga, outros acreditam que é uma manobra para garantir influência política e económica na Venezuela. A história mostra que a Doutrina Monroe tem sido utilizada de várias formas, e a situação atual pode ser mais um capítulo nesta complexa relação entre os EUA e a América Latina.
Leia também: A influência da Doutrina Monroe na política externa dos EUA.
presença militar dos EUA presença militar dos EUA Nota: análise relacionada com presença militar dos EUA.
Leia também: Chega pede cedências ao Governo para nova legislação laboral
Fonte: Sapo





