A União Geral de Trabalhadores (UGT) vai propor, na próxima quinta-feira, ao seu secretariado nacional, a ratificação da decisão de avançar com a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) para uma greve geral marcada para o dia 11 de dezembro. Esta informação foi confirmada a Lusa por uma fonte oficial da UGT, que acrescentou que a decisão será formalizada no secretariado nacional a 13 de novembro.
A convocação da greve geral foi anunciada pelo secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, no final de uma marcha nacional realizada em Lisboa, onde milhares de trabalhadores se manifestaram contra o pacote laboral do Governo. Oliveira afirmou que muitas estruturas sindicais já tomaram posição ou estão em fase de decisão, o que permitiu estabelecer uma convergência para esta greve geral.
A última vez que a UGT e a CGTP convocaram uma greve geral em conjunto remonta a mais de dez anos, durante o período da ‘troika’. O protesto agendado para dezembro surge em resposta ao anteprojeto do Governo que visa a revisão da legislação laboral, atualmente em discussão com os parceiros sociais, e que propõe alterações a mais de uma centena de artigos do Código de Trabalho.
Mário Mourão, secretário-geral da UGT, já havia criticado o pacote laboral em outubro, afirmando que o discurso sobre a valorização salarial foi muitas vezes substituído por um foco excessivo nas empresas e na produtividade. Mourão destacou que a posição da UGT está refletida no anteprojeto de reforma da legislação laboral.
O líder sindical reiterou que a UGT sempre privilegiou o diálogo e a negociação, mas deixou claro que, caso se deparem com um mau acordo, a preferência recairá sobre a luta nas ruas. “Entre escolher um mau acordo ou uma luta na rua, nós preferimos a luta na rua”, afirmou.
As alterações propostas, designadas “Trabalho XXI”, foram apresentadas pelo Governo a 24 de julho como uma revisão profunda da legislação laboral. Estas incluem mudanças nas áreas da parentalidade, como licenças parentais e amamentação, bem como no trabalho flexível, formação nas empresas e períodos experimentais dos contratos de trabalho. Além disso, prevê-se um alargamento dos setores abrangidos por serviços mínimos em caso de greve.
A marcha organizada pela CGTP, que teve lugar no último sábado, reuniu milhares de trabalhadores na Avenida da Liberdade, em Lisboa, em protesto contra as alterações à lei laboral propostas pelo Governo de Luís Montenegro. A greve geral agendada para 11 de dezembro representa, assim, um momento crucial na luta dos trabalhadores por melhores condições laborais e pela defesa dos seus direitos.
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Fonte: ECO





