O procurador-geral da República, Amadeu Guerra, revelou ao ECO que o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, que impacta a Operação Influencer, só chegou ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) na terça-feira. Este acórdão, que negou a apreciação de qualquer recurso dos arguidos, foi proferido a 23 de setembro de 2025, mas só foi notificado ao Ministério Público a 11 de novembro.
Guerra explicou que, até à chegada do acórdão, nem os magistrados do DCIAP nem ele próprio tinham conhecimento do mesmo. O acórdão considerou o recurso dos arguidos como procedente e agora o Tribunal da Relação irá avaliar a possível quebra do sigilo profissional relacionado com correio eletrónico de advogados. Neste momento, o acesso a esses emails continua vedado.
Na sexta-feira, o procurador-geral mencionou a existência de um recurso interposto pelos arguidos, que está a atrasar a decisão do Ministério Público sobre a Operação Influencer. “Enquanto não tivermos acesso à informação que está nos emails, não podemos avançar”, afirmou Guerra durante um evento na Procuradoria-Geral da República.
Além disso, o procurador cometeu um erro ao mencionar o nome de António Costa, confundindo-o com o ex-primeiro-ministro António Sócrates. O advogado de Costa expressou a sua preocupação, considerando as declarações de Guerra como “pouco claras” e exigindo um esclarecimento urgente sobre a situação do processo.
As buscas à residência oficial de António Costa, realizadas há dois anos, resultaram na sua demissão, mas as investigações continuam sem uma conclusão clara. A Procuradoria-Geral da República admitiu que a complexidade das provas tem dificultado o avanço do caso.
Um ano após Guerra ter afirmado que esperava uma decisão “para breve”, a situação permanece estagnada. A Operação Influencer continua a ser um tema de grande relevância, com o Ministério Público dependente da apreciação do recurso no Tribunal da Relação.
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Operação Influencer Operação Influencer Nota: análise relacionada com Operação Influencer.
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Fonte: ECO





