No terceiro dia da 30.ª Conferência do Clima (COP30), os representantes da União Europeia discutiram a situação atual do financiamento climático. Jacob Werksman, conselheiro principal da Direção-Geral para a Ação Climática da Comissão Europeia, alertou que os orçamentos europeus estão sob pressão e isso pode afetar a “generosidade” dos Estados-membros em relação ao financiamento climático.
Werksman afirmou que muitos países da UE enfrentam dificuldades orçamentais, o que pode limitar a sua capacidade de contribuir como no passado. “No médio prazo, podem não estar aptos a ser tão generosos”, destacou durante uma conferência de imprensa. Apesar disso, sublinhou que o financiamento climático da UE aumentou no ano passado, com um total de 31,8 mil milhões de euros em financiamento público para o clima previsto para 2024.
Uma das prioridades da União Europeia é garantir que haja coerência entre os objetivos do Acordo de Paris e os fluxos de financiamento existentes. Maria Samuelsen, da presidência do Conselho da UE, enfatizou a importância de avançar nesse sentido.
Embora tenha havido algum progresso nas discussões, Werksman reconheceu que existem “diferenças bem fortes” entre os Estados-membros, que não se limitam apenas à divisão entre o norte e o sul da Europa. As questões da adaptação e das perdas e danos ainda não foram abordadas em profundidade, e será necessário esperar pela chegada de ministros para que alguns assuntos sejam desbloqueados.
Em relação à participação dos Estados Unidos nas negociações, Werksman não tem informações sobre uma possível intervenção, seja por meio de uma delegação ou por comunicação remota. No entanto, ele expressou a esperança de que a dinâmica política em curso mantenha o impulso necessário, independentemente da posição dos EUA.
Além disso, Werksman reiterou o apelo feito na cimeira anterior em Baku, no Azerbaijão, para que mais países se juntem ao esforço de financiamento climático, que visa alcançar 300 milhões de dólares anuais, conforme acordado na COP29. “Esse apelo torna-se ainda mais relevante agora que os Estados Unidos não estão dispostos a contribuir”, concluiu.
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Fonte: ECO
