Aumento da despesa com medicamentos afeta o SNS em Portugal

A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) revelou que o aumento da despesa com medicamentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) não é um fenómeno exclusivo de Portugal. Segundo a APAH, esse aumento é justificado pelo incremento no número de doentes e pela introdução de fármacos inovadores.

De acordo com dados do Infarmed, a despesa do SNS com medicamentos nos hospitais cresceu quase 15% entre janeiro e setembro deste ano. O presidente da APAH, Xavier Barreto, explicou que este aumento se deve, em parte, à inovação terapêutica, que traz novos medicamentos com melhores resultados, mas também com custos mais elevados. Além disso, a crescente procura por cuidados de saúde, resultado do envelhecimento da população e do aumento de patologias, contribui para a subida da despesa com medicamentos.

O jornal Público noticiou que, neste período, a despesa com medicamentos em hospitais alcançou quase dois milhões de euros. Apesar da preocupação com este aumento, a APAH sublinha que a utilização dos fármacos é feita com base em análises rigorosas do Infarmed, que avalia tanto o custo como a eficácia dos medicamentos. Assim, a associação defende que não há “desperdício ou gasto excessivo”, mas sim um aumento legítimo na procura por tratamentos.

Na área terapêutica, a oncologia continua a ser a que mais contribui para a despesa com medicamentos. Xavier Barreto justifica esta situação pelo elevado nível de investigação e pela introdução de novos fármacos nesta área. “A medicina é vítima do seu próprio sucesso. Temos doentes que vivem mais anos e, por isso, consomem mais medicamentos. Isso traduz-se numa maior esperança média de vida e, muitas vezes, em melhor qualidade de vida, mas tem custos associados”, afirmou.

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Em relação ao uso de medicamentos genéricos, que este ano representa cerca de 57% das prescrições nos hospitais, Barreto destacou que a utilização destes fármacos, assim como dos biossimilares, tem potencial para aumentar, embora existam assimetrias entre diferentes unidades de saúde.

Entre janeiro e setembro, foram dispensadas 152 milhões de embalagens de medicamentos nas farmácias comunitárias, o que representa um aumento de 6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos hospitais, o crescimento foi de 9%. Este aumento na utilização de medicamentos é atribuído ao melhor acesso aos cuidados de saúde, ao alargamento do número de utentes do SNS e à implementação de medidas de comparticipação, além do acesso a medicamentos inovadores.

Importa ainda referir que os valores de crescimento da despesa não incluem todas as contribuições resultantes de devoluções ao SNS pela indústria farmacêutica, no âmbito dos contratos de financiamento. Esses dados completos só estarão disponíveis após dezembro.

Leia também: O impacto da inovação farmacêutica na saúde pública.

despesa com medicamentos Nota: análise relacionada com despesa com medicamentos.

Leia também: Despesa do SNS com medicamentos em hospitais sobe 15% até setembro

Fonte: Sapo

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