Dificuldades de aterragens em Lisboa afetam jatos privados

Os magnatas da tecnologia estão a encontrar dificuldades em aterrar com os seus jatos privados no aeroporto de Lisboa, o que os leva a optar por infraestruturas mais distantes, como um aeródromo em Badajoz. Esta situação foi amplamente abordada pelo Financial Times, que sublinha a necessidade urgente de melhorias na infraestrutura aeroportuária em Portugal.

O Ministério das Infraestruturas respondeu a estas críticas com números: dos 102 voos solicitados para o Aeroporto Humberto Delgado, apenas sete foram negados. Contudo, a realidade é que muitos voos estão a ser desviados para outros aeroportos, com 51 voos a seguir para o aeródromo de Cascais, 29 para o aeroporto de Faro e 19 para o Porto. Miguel Pinto Luz, um dos responsáveis, lamentou o que considerou ser um “excesso de linguagem” por parte do fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave.

Cosgrave não hesitou em criticar a situação, afirmando que “o trabalho do ministro é garantir que a infraestrutura é perfeita”. Infelizmente, essa perfeição ainda está longe de ser alcançada, especialmente considerando que a previsão otimista para a entrada em funcionamento do novo aeroporto Luís de Camões é apenas para 2037.

A situação poderia ter sido diferente se a construção de um segundo aeroporto na Base Aérea do Montijo tivesse avançado, uma proposta que poderia já estar em funcionamento no próximo ano. Pedro Nuno Santos, antigo ministro das Infraestruturas, recordou que, em junho de 2022, havia um projeto viável com acordo entre a ANA e a Força Aérea, além de uma Avaliação de Impacto Ambiental aprovada. No entanto, a falta de consenso político entre os principais partidos impediu o avanço.

O primeiro governo de António Costa já tinha assinado a decisão de avançar com o Montijo em janeiro de 2019, mas a proposta acabou por falhar devido à resistência do PSD em permitir que os conselhos da margem sul tivessem o poder de bloquear a localização. Agora, a próxima estação no que diz respeito a novos aeroportos será Alcochete, mas isso só deverá acontecer em 12 anos.

Leia também  Crescimento da IA pode gerar problemas no mercado de trabalho

Enquanto isso, Portugal terá de lidar com as consequências de uma infraestrutura saturada e inadequada, apesar dos melhoramentos em curso. O Financial Times destacou que este é o primeiro ano em que se verifica um engarrafamento significativo, o que revela um aumento no uso de voos privados. De acordo com dados da Wingx, o tráfego de jatos privados na América do Norte aumentou 27,4% entre 2019 e 2025, um crescimento que é cerca de sete vezes superior ao da aviação comercial.

Se nada for feito, é provável que o engarrafamento se repita no próximo ano, especialmente durante a Web Summit. O Montijo, que estava inicialmente pensado para receber voos low cost, poderá, por ironia do destino, acabar por albergar os jatos privados dos fundadores de startups e dos magnatas do venture capital.

Leia também: O futuro da aviação em Portugal e os desafios que se avizinham.

jatos privados jatos privados Nota: análise relacionada com jatos privados.

Leia também: Oposição no Montepio pede cortes nos salários dos administradores

Fonte: ECO

Não percas as principais notícias e dicas de Poupança

Não enviamos spam! Leia a nossa política de privacidade para mais informações.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Back To Top