Mais de 150 professores de português reuniram-se em Caracas para o VII Encontro e VIII Congresso de Professores de Língua Portuguesa, um evento que durou cinco dias e que teve como foco a formação sobre a diversidade da língua portuguesa. Este encontro, que se tem vindo a expandir ao longo dos anos, contou com a presença de convidados de Portugal e do Brasil, reforçando a importância da colaboração entre os países lusófonos.
Rainer Sousa, coordenador do Instituto Camões, destacou que o evento, realizado nas cidades de Maracay e Caracas, permitiu que os educadores se conectassem e partilhassem experiências. “Isto é uma celebração do trabalho conjunto dos professores na Venezuela, onde existe uma comunidade portuguesa bastante ativa. É o evento mais significativo do ensino da língua portuguesa no país”, afirmou Sousa.
Pedro Guerreiro, chefe do setor cultural e educacional da Embaixada do Brasil em Caracas, expressou o entusiasmo da embaixada em aprofundar o conhecimento sobre a situação da língua portuguesa na Venezuela. “O Brasil e Portugal, juntamente com outros países de língua portuguesa, têm um papel fundamental a desempenhar aqui”, comentou.
Mário Cruz, representante da embaixada de Portugal e professor do Instituto Politécnico do Porto, partilhou a sua observação sobre o interesse dos professores em implementar práticas de ensino inovadoras. “Os docentes estão motivados para trabalhar a língua portuguesa nas suas diversas variedades, promovendo uma pedagogia que valoriza as especificidades culturais e linguísticas”, explicou.
Os participantes mostraram-se curiosos e abertos a novas abordagens, com um forte interesse na ideia de competência panlusófona, que acolhe todas as variantes da língua. Cruz sublinhou que “na Venezuela há uma forte presença da cultura portuguesa, e a língua é promovida através de encontros que fortalecem a comunidade”.
Nelson Viana, professor da Universidade Federal de São Carlos, no Brasil, também destacou a relevância do congresso. “Foi surpreendente ver o número de professores de português na Venezuela e a forma como se reuniram para discutir práticas pedagógicas”, comentou. Ele acrescentou que muitos venezuelanos têm o português como língua de herança, devido à imigração de portugueses da Madeira, o que estabelece uma ligação mais próxima à língua.
O VII Encontro e VIII Congresso de Professores de Língua Portuguesa decorreu no Colégio Santo Tomás de Aquino, na Universidade Central da Venezuela e na Universidade Pedagógica Experimental Libertador. Este evento não só promoveu a formação dos professores, mas também reforçou os laços culturais entre os países de língua portuguesa.
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Fonte: Sapo





