A extrema-direita francesa, liderada pelo partido Reunião Nacional, está a pressionar o Governo para suspender a contribuição de França para o orçamento da União Europeia. O objetivo é impedir a implementação do acordo Mercosul, que visa facilitar o comércio entre a UE e os países da América do Sul.
Jordan Bardella, presidente do Reunião Nacional, afirmou em entrevista à France 3 que a situação da agricultura em França é crítica. Ele defendeu que o país deve utilizar a sua influência no Conselho Europeu para ameaçar a suspensão da contribuição, caso o acordo com o Mercosul avance. Bardella argumenta que a União Europeia está a comprometer a agricultura francesa, uma vez que os países envolvidos no acordo não respeitam os mesmos padrões de produção exigidos aos agricultores europeus.
Na semana passada, durante uma visita ao Brasil, o Presidente francês, Emmanuel Macron, expressou otimismo em relação à aprovação do acordo, mas deixou claro que a França estará atenta a qualquer desenvolvimento. No entanto, esta quarta-feira, Macron declarou que, nas atuais circunstâncias, o acordo receberá um “não redondo” por parte de França.
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que tem vindo a ser negociado há cerca de duas décadas, visa facilitar o comércio entre os dois blocos. A UE espera que este acordo permita aumentar as exportações de produtos como automóveis, máquinas e bebidas alcoólicas para os países do Mercosul, que incluem Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Em contrapartida, o Mercosul poderá exportar para a Europa produtos agroalimentares, como carne de bovino, frango, açúcar, arroz e soja.
A pressão da extrema-direita em França reflete um crescente descontentamento com as políticas agrícolas da União Europeia, que muitos produtores consideram prejudiciais. A questão do acordo Mercosul é, portanto, um ponto de tensão que poderá influenciar as relações comerciais entre a Europa e a América do Sul.
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Fonte: Sapo





