A Associação Mutualista Montepio Geral anunciou um investimento anual de 50 milhões de euros para a compra de casas destinadas ao arrendamento de associados. Esta iniciativa, revelada pelo presidente Virgílio Lima, surge em resposta às dificuldades que os associados mais jovens enfrentam para pagar rendas ou adquirir habitação própria.
Com cerca de 600 mil associados, a mutualista pretende, anualmente, adquirir cerca de 200 casas, o que poderá resultar na disponibilização de até 800 casas ao longo de um mandato de quatro anos. Virgílio Lima explicou que, em áreas com uma alta concentração de associados, a Montepio irá comprar ou construir habitação para arrendar. Nas zonas com menos associados, será possível que estes indiquem quais as casas que desejam, permitindo à mutualista adquiri-las para arrendamento.
O objetivo deste programa de habitação não é gerar lucro, mas sim atender às necessidades dos associados, com rendas que estarão abaixo dos preços de mercado. “Nós só nos ressarcimos do custo dos fatores”, afirmou o presidente, sublinhando que a iniciativa visa apoiar os associados em vez de se tornar uma fonte de rendimento para a associação.
Além deste programa, a Montepio planeia lançar uma solução voltada para os associados mais velhos. Neste caso, os reformados poderão vender as suas casas à mutualista a preço de mercado, criando assim uma renda vitalícia que poderá ser utilizada para financiar a estadia em residências assistidas, como as que a Montepio oferece. As casas adquiridas também farão parte da oferta de habitação da mutualista.
Atualmente, a Montepio já conta com cerca de 1.000 casas de rendimento, que são arrendadas a associados com descontos. A produção de habitação destinada a associados é uma reivindicação antiga, especialmente entre os membros da oposição à atual gestão, e foi reforçada nas recentes eleições pela lista B, que se candidata apenas à assembleia de representantes.
Em resposta a críticas sobre a falta de transparência na gestão da mutualista, Virgílio Lima defendeu que todos os membros da assembleia de representantes recebem informações de forma atempada e têm a oportunidade de colocar questões relevantes. Ele destacou que o atual modelo de escrutínio é mais eficaz do que o anterior, onde as assembleias-gerais eram pouco participadas. O Conselho de Administração conta ainda com membros não executivos que supervisionam as ações dos executivos.
Por fim, Virgílio Lima mencionou que a mutualista está a atualizar as suas modalidades para melhor responder às necessidades dos seus associados, incluindo o lançamento de uma nova modalidade na área da saúde, focada na medicina preventiva.
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Fonte: Sapo





