O presidente da mutualista Montepio, Virgílio Lima, afirmou que a instituição não irá assumir os custos da defesa de Tomás Correia, ex-presidente do Montepio, que enfrenta acusações graves de abuso de confiança e branqueamento de capitais. As acusações, apresentadas pelo Ministério Público, estão relacionadas com um negócio realizado em 2013 entre o Finibanco Angola e uma empresa imobiliária, que terá causado prejuízos superiores a 30 milhões de euros ao grupo Montepio e ao Finibanco Angola.
Em declarações à Lusa, Virgílio Lima optou por não comentar as acusações contra Tomás Correia, sublinhando que se trata de questões judiciais. Questionado sobre se a mutualista está a reavaliar atos de gestão anteriores para verificar se houve prejuízos ao grupo, Lima reiterou que não se pronuncia sobre o assunto.
Quando confrontado sobre a possibilidade de a mutualista cobrir os custos da defesa de Tomás Correia, seja diretamente ou através de um seguro, Virgílio Lima foi claro: “Na associação, não”. Contudo, não forneceu mais detalhes sobre a questão. O gestor também evitou comentar a eventual expulsão de Correia, caso seja condenado em tribunal, afirmando que essa é uma questão que deve ser tratada em fóruns próprios.
Nas próximas eleições, agendadas para 19 de dezembro, Virgílio Lima lidera a lista A como candidato a presidente do Conselho de Administração, cargo que já ocupa desde 2019, após a saída de Tomás Correia. A lista A propõe manter Maria de Belém Roseira como presidente da mesa da assembleia-geral e Victor Franco como presidente do Conselho Fiscal.
A oposição critica a proposta de incluir Vítor Milícias na assembleia de representantes, devido à sua proximidade com Tomás Correia no passado. Virgílio Lima defendeu Milícias, considerando-o um “homem de bem” que tem contribuído para o mutualismo. Lima destacou a importância de ter pessoas com experiência na assembleia para discutir o futuro da mutualista.
Sobre a reivindicação da oposição para cortes nos salários dos administradores, Virgílio Lima defendeu que as remunerações são estabelecidas por uma comissão independente e estão alinhadas com o mercado. O presidente do Montepio recebe cerca de 30 mil euros brutos por mês, além de benefícios, enquanto os outros administradores têm um salário de cerca de 20 mil euros brutos.
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Fonte: ECO





