Virgílio Lima, presidente da Associação Mutualista Montepio Geral e candidato à reeleição, revelou que a situação financeira do grupo Montepio tem vindo a melhorar significativamente. Em entrevista à Lusa, Lima expressou a sua expectativa de que o Banco Montepio aumente o pagamento de dividendos à mutualista nos próximos anos.
Desde a última eleição, há quatro anos, todas as empresas do grupo Montepio começaram a reportar lucros e a distribuir dividendos à mutualista. Lima destacou que, após a simplificação do grupo, que incluiu a venda de empresas não essenciais e a fusão de outras, o grupo conseguiu fortalecer-se e capitalizar-se. “Temos todas as empresas a dar resultados e bem capitalizadas”, afirmou o gestor.
O presidente da mutualista sublinhou que o Banco Montepio ainda possui um potencial de remuneração maior. “Desde 2012 que não havia dividendos. Nos últimos dois anos, tivemos os primeiros dividendos, e é natural que, com o melhor desempenho do banco, os dividendos aumentem”, disse Lima. Ele acredita que, face ao capital investido, é expectável um maior volume de dividendos no futuro próximo.
Em 2024, o Banco Montepio pagou seis milhões de euros em dividendos. Os lucros do Montepio ascenderam a 109,9 milhões de euros, e Lima acredita que a rentabilidade do banco ainda pode melhorar, uma vez que a sua reestruturação começou mais tarde do que a de outros bancos do setor. “O banco está a fazer essa convergência para o nível de rendibilidade médio do setor”, acrescentou.
A Associação Mutualista Montepio Geral, que conta com mais de 600 mil associados, é a entidade-mãe do grupo, que inclui várias empresas, como seguradoras e o Banco Montepio. Em 2024, a mutualista registou lucros de 210 milhões de euros, um aumento de 87,5% em relação a 2023. No final do ano, a mutualista tinha ativos por impostos diferidos de 944 milhões de euros, refletindo um crescimento de 3,7% face ao ano anterior.
Esses créditos fiscais, que começaram a ser contabilizados em 2017, surgiram após a mutualista perder a isenção de IRC, mas passaram a beneficiar do impacto positivo dos ativos por impostos diferidos. Lima explicou que esses ativos aumentaram devido à não dedução fiscal das provisões técnicas para encargos com modalidades associativas, uma situação que poderá ser revista no futuro.
“É algo que podemos ponderar”, disse Lima, referindo-se à possibilidade de voltar ao regime de isenção de IRC, uma vez que existem outras entidades no setor social que gozam dessa isenção.
Por fim, sobre a revisão do código mutualista, Lima afirmou que a mutualista já enviou o seu parecer e que está confortável com a supervisão da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). No entanto, ele defendeu a necessidade de adaptar o modelo de solvência às especificidades das associações mutualistas de grande dimensão.
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Fonte: ECO





