De acordo com o mais recente estudo da WTW, os aumentos salariais médios em Portugal deverão atingir 3,4% em 2026, após uma previsão de 3,5% para 2025. Este relatório, parte do Salary Budget Planning Survey, revela as tendências de remuneração e benefícios no mercado nacional.
A WTW destaca que, apesar dos aumentos projetados, existe uma tendência de contenção salarial, em grande parte devido à inflação. Quase metade das empresas (49,5%) reduziu o orçamento destinado a salários em comparação ao ano anterior, enquanto apenas 20,6% aumentaram esse orçamento. A consultora sublinha que a prudência continua a ser a palavra de ordem, com a gestão de custos e o receio de uma recessão a serem os principais fatores que influenciam as decisões empresariais.
O estudo também revela que a equidade salarial e as expectativas dos colaboradores estão a ganhar importância nas políticas de remuneração. Este cenário reflete um ambiente económico global de crescimento moderado, marcado pela volatilidade dos preços e pela escassez de talento.
Analisando as remunerações por região, a Grande Lisboa destaca-se como a área com os salários mais elevados. Em contraste, regiões como o Alentejo, Algarve e Ilhas apresentam salários cerca de 25% abaixo da média da capital. O Porto, por sua vez, apresenta uma diferença de 7%, enquanto Braga e Viana do Castelo estão cerca de 15% abaixo.
O estudo da WTW considera o indicador de movimento salarial para colaboradores que mantêm a mesma função, permitindo observar tendências reais de progressão salarial. A mediana dos aumentos para estes colaboradores varia entre 2,5% e 6,0% nas posições operacionais e de suporte, 2,5% a 4,0% nas funções profissionais e 2,0% a 4,1% nas posições executivas.
Os aumentos por promoção variam significativamente de setor para setor. No setor de Tecnologia, Media e Gaming, os aumentos médios podem chegar até 10%, enquanto no retalho são cerca de 9%. A WTW destaca que há uma clara aposta na valorização de profissionais e supervisores, especialmente em áreas tecnológicas, ao mesmo tempo que se mantém a contenção nos aumentos para executivos e funções operacionais.
A escassez de competências continua a ser um desafio para as empresas, dificultando a atração e retenção de talento. Assim, o desenvolvimento de pessoas e a flexibilidade laboral, como o trabalho remoto, tornam-se cada vez mais relevantes nas estratégias empresariais. Além disso, a componente de benefícios é considerada crucial, com 45% dos colaboradores a apontarem o pacote de benefícios como uma das principais razões para permanecer na empresa.
O estudo revela que 81% das empresas oferecem seguro de saúde, enquanto 80% disponibilizam benefícios relacionados com o bem-estar. Os principais desafios enfrentados pelas empresas incluem a competição pelo talento e o aumento dos custos, sendo o seguro de saúde um dos benefícios com maior custo.
Por fim, o estudo também aborda a questão da equidade salarial, destacando que, nas funções de menor responsabilidade, as mulheres ganham em média 3% a 4% mais do que os homens. Contudo, à medida que se sobe na hierarquia, verifica-se uma inversão a favor dos homens, evidenciando desigualdades estruturais nos cargos de liderança.
Num contexto de mudança e contenção, o mercado português apresenta sinais de maturidade, com um foco crescente na retenção de talento especializado e na equidade salarial. Lisboa continua a ser o epicentro das remunerações mais competitivas do país. Leia também: A importância da equidade salarial nas empresas.
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Fonte: Sapo





