A Prio anunciou que não irá avançar com a construção de uma fábrica para a produção de biocombustíveis avançados, um projeto que estava integrado na agenda mobilizadora M-ECO2. Esta decisão resultou numa redução de 76,64 milhões de euros nos apoios do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
De acordo com uma fonte oficial da Prio, o projeto original visava criar um cluster industrial inovador para a produção de biocombustíveis sustentáveis, utilizando hidrogénio verde e matérias-primas residuais. A unidade industrial estava prevista para o Porto de Setúbal e incluiria a produção de energia a partir de fontes renováveis, como solar e eólica, além dos biocombustíveis.
No entanto, a empresa enfrentou desafios significativos, como a complexidade do terreno, a necessidade de ligação à rede elétrica e questões de licenciamento, que levaram à desistência do projeto. Uma alternativa considerada foi a instalação de uma unidade piloto nas instalações da Prio em Aveiro, conforme sugerido pela Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR.
Com a reprogramação da agenda, o apoio do PRR para a Prio passou de 110,72 milhões de euros para 34,08 milhões. Inicialmente, a empresa tinha planeado um investimento de 600 milhões de euros, que contava com um apoio de 5% do PRR, uma percentagem inferior àquela que é atribuída às pequenas e médias empresas.
Apesar da desistência da fábrica, a Prio reafirma o seu compromisso em desenvolver projetos inovadores na área dos biocombustíveis e em outras soluções energéticas de baixo carbono em Portugal. A empresa continua a explorar alternativas de investimento que permitam aplicar o conhecimento adquirido neste processo, contribuindo assim para a descarbonização da economia.
A agenda M-ECO2 tinha como objetivo uma redução de cerca de 94% das emissões de gases com efeito de estufa. Após a reprogramação, a empresa propõe-se a entregar cinco produtos e serviços, um a mais do que o inicialmente planeado. Contudo, a Prio não esclareceu qual o novo produto ou serviço que será adicionado.
O investimento na agenda deve ser concluído até 30 de junho de 2026, data que se aplica a 37 das 52 agendas que solicitaram reprogramação. A reavaliação das ambições no setor da energia reflete a evolução do mercado, onde as tecnologias ainda não estão suficientemente maduras. O presidente do IAPMEI destacou a importância de uma gestão prudente e sustentada neste contexto.
Leia também: O impacto das energias renováveis no futuro da economia portuguesa.
biocombustíveis Nota: análise relacionada com biocombustíveis.
Leia também: Trabalhadores da Autoeuropa apoiam greve geral de 11 de dezembro
Fonte: ECO





