Os trabalhadores da administração pública estão em greve esta sexta-feira, em protesto contra o pacote laboral apresentado pelo Governo. A paralisação, convocada pela Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap), está a ter um impacto significativo, especialmente nos setores da educação e da saúde.
Às 9 horas, a adesão à greve da função pública era de cerca de 60%, com uma maior concentração no norte do país. Mário Rui, secretário-geral da Fesinap, afirmou à agência Lusa que os dados ainda estão a ser recolhidos, mas a tendência é clara: “A adesão ronda os 60% sobretudo na saúde, nas escolas e nas IPSS”.
Os motivos que levaram a esta greve de 24 horas incluem a exigência de retirada imediata da proposta de reforma laboral, a solicitação de uma reunião urgente com o Governo sobre a reforma “Trabalho XXI”, e o fim da discriminação sindical que tem sido praticada pelo Executivo. Além disso, a Fesinap reivindica uma participação efetiva nas negociações laborais.
Os setores da educação e da saúde, que incluem professores, pessoal não docente, médicos e enfermeiros, são os mais afetados pela paralisação. Mário Rui sublinhou que a greve visa também denunciar a discriminação sindical que tem sido uma constante nos últimos anos. Para garantir a segurança dos serviços, foram decretados serviços mínimos para todas as instituições públicas.
No entanto, a questão dos serviços mínimos tem gerado controvérsia. O Sindicato dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil (SINFAP), que também pertence à Fesinap, considera que as determinações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) são ilegais, uma vez que não foram negociadas com os sindicatos. Alexandre Carvalho, presidente do SINFAP, criticou a imposição de serviços mínimos, afirmando que se trata de um “abuso de poder” e uma violação do direito constitucional à greve.
A greve da função pública é um reflexo das tensões entre os trabalhadores e o Governo, que têm vindo a aumentar nos últimos tempos. O impacto na saúde e educação é significativo, e a adesão elevada demonstra a insatisfação generalizada entre os trabalhadores da administração pública.
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Fonte: ECO





