Catástrofes naturais em 2024 custaram 300 mil milhões de dólares

O relatório “Alterações Climáticas, Riscos Extraordinários e Políticas Públicas”, apresentado pela Mapfre Economics na COP30, revela que em 2024 as catástrofes naturais causaram prejuízos financeiros superiores a 300 mil milhões de dólares. Este é o nono ano consecutivo em que os danos ultrapassam esta marca, mas apenas cerca de 145 mil milhões de dólares estavam cobertos por seguros.

Na União Europeia, a situação é ainda mais preocupante. De acordo com o relatório, apenas um quarto das perdas económicas resultantes de catástrofes naturais foi assegurado. Entre 1981 e 2023, os desastres naturais na UE causaram cerca de 900 mil milhões de euros em perdas diretas, com mais de 20% desses danos a ocorrer nos últimos três anos.

A Mapfre destaca que a Europa é o continente que mais rapidamente aquece, enfrentando um aumento significativo no número de catástrofes climáticas, que atingiram um recorde em 2023. Embora a Europa enfrente grandes desafios, a Ásia apresenta a maior lacuna de proteção seguradora, com 82,8% das perdas não cobertas. A América Latina segue de perto, com uma lacuna média de 81% na última década. Em contraste, a América do Norte apresenta a menor lacuna, com 43,2% das perdas não asseguradas.

As lacunas na proteção contra catástrofes naturais são atribuídas a vários fatores, incluindo a baixa penetração de seguros, a concentração populacional em áreas de alto risco e a crescente frequência de eventos extremos devido às alterações climáticas. O relatório também menciona que o aquecimento global intensifica a frequência e a severidade de catástrofes naturais, como incêndios florestais e ondas de calor.

Ricardo González, diretor de Análise da Mapfre Economics, sublinha que as perdas seguradas de eventos catastróficos têm mostrado uma tendência de crescimento contínuo, com um aumento anual entre 5% e 7% desde 1992. O estudo conjunto do Banco Central Europeu e da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma revela que, historicamente, apenas um quarto das perdas económicas foi segurado, com algumas regiões a registarem valores abaixo de 5%.

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Para enfrentar este desafio, a Mapfre defende que é crucial reduzir a lacuna de proteção seguradora. Isso requer uma ação coordenada entre as entidades seguradoras e os governos, para que os riscos climáticos não se tornem inaseguráveis. O relatório sugere a criação de quadros de colaboração entre o setor público e o setor segurador, como o Consorcio de Compensación de Seguros em Espanha, que indemniza sinistros extraordinários.

Além disso, é vital promover incentivos para a prevenção e redução de riscos associados a fenómenos climáticos adversos. Sistemas de alerta precoce e soluções paramétricas, que garantem pagamentos automáticos baseados em parâmetros mensuráveis, são algumas das iniciativas que podem aumentar a cobertura seguradora e melhorar a resposta a desastres climáticos.

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catástrofes naturais Nota: análise relacionada com catástrofes naturais.

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Fonte: Sapo

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