A COP30, presidida pelo Brasil, concluiu este sábado um acordo climático que promete aumentar o financiamento para países afetados pelo aquecimento global. No entanto, o documento deixou de fora qualquer referência aos combustíveis fósseis, que são os principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa.
O Brasil, ao garantir este acordo, tentou mostrar uma frente unida na luta contra os efeitos das alterações climáticas, mesmo após a ausência de uma delegação oficial dos Estados Unidos, o maior emissor histórico de carbono. As negociações, que decorreram em Belém durante duas semanas, revelaram profundas divisões sobre as direções futuras das ações climáticas.
André Corrêa do Lago, presidente da COP30, admitiu que as negociações foram complicadas. “Sabemos que alguns de vocês tinham ambições maiores para algumas das questões em pauta”, afirmou. Vários países, incluindo Colômbia, Panamá e Uruguai, expressaram descontentamento por o acordo não incluir planos mais robustos para controlar as emissões de gases de efeito estufa e abordar a questão dos combustíveis fósseis.
A negociadora colombiana destacou que o seu país não poderia aceitar um pacto que ignorasse a ciência. “Um consenso imposto sob o negacionismo climático é um acordo fracassado”, afirmou, enfatizando a necessidade de um compromisso mais sério.
Embora os três países tenham apoiado o acordo político geral da COP30, mostraram-se contrários a um documento técnico que deveria ser aprovado no final da cimeira. Juntamente com a União Europeia, exigiram que o acordo incluísse uma referência à transição dos combustíveis fósseis. Por outro lado, uma coligação de países, liderada pela Arábia Saudita, opôs-se a qualquer menção a estes combustíveis.
Após intensas negociações, a União Europeia decidiu não bloquear o acordo final, embora tenha deixado claro que não concordava com as conclusões. O comissário climático da UE, Wopke Hoekstra, comentou que, apesar das limitações, o acordo representa um passo na direção certa.
Juan Carlos Monterrey, negociador do Panamá, expressou a sua insatisfação com o resultado. “Uma decisão climática que não consegue nem dizer ‘combustíveis fósseis’ não é neutralidade, é cumplicidade”, afirmou, destacando a gravidade da situação.
O desfecho da COP30 levanta questões sobre o futuro das políticas climáticas globais e a necessidade de uma abordagem mais firme em relação aos combustíveis fósseis. Leia também: O impacto das decisões climáticas na economia global.
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Fonte: ECO





