A crescente utilização de algoritmos de inteligência artificial (IA) nas empresas levanta questões cruciais sobre a sua concepção e funcionamento. O advogado e autor Adolfo Mesquita Nunes alerta para os riscos associados a ferramentas de IA mal desenhadas, sublinhando a importância de as empresas compreenderem como funcionam os algoritmos de IA.
Numa história ilustrativa, Mesquita Nunes menciona um caso na Áustria, onde um algoritmo desenvolvido para cruzar ofertas de emprego com candidatos a trabalho acabou por favorecer aqueles com maior empregabilidade. O problema, segundo o especialista, reside no facto de que o algoritmo foi concebido com foco na eficiência, priorizando os candidatos mais facilmente empregáveis e ignorando outros que poderiam estar igualmente qualificados. Este exemplo evidencia que, embora a IA possa ser uma aliada poderosa, a sua implementação deve ser feita com cautela e conhecimento.
“É preciso ter noção de como funcionam os algoritmos e dos seus riscos”, afirma Mesquita Nunes. Para muitas empresas portuguesas, a IA ainda é vista como uma questão restrita à área de IT (Tecnologia de Informação). No entanto, o advogado defende que a IA deve ser encarada como uma questão estratégica, que pode moldar o futuro das organizações.
Atualmente, muitas empresas estão na fase inicial de exploração dos algoritmos de IA, questionando-se sobre a sua aplicabilidade e os benefícios que podem trazer. A falta de compreensão sobre estes sistemas pode levar a decisões erradas, que não só limitam o potencial da IA, mas também expõem as empresas a riscos desnecessários.
É fundamental que os gestores e decisores compreendam que a implementação de algoritmos de IA não é apenas uma questão técnica, mas sim uma oportunidade de transformar processos e melhorar a eficiência organizacional. A educação e a formação sobre o funcionamento dos algoritmos de IA são, portanto, essenciais para garantir que as empresas possam tirar o máximo proveito desta tecnologia.
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Fonte: Sapo
