Portugal está a enfrentar um desafio significativo na atração de talentos qualificados, posicionando-se como o terceiro país da Europa com mais dificuldades na contratação. A escassez de profissionais é particularmente evidente nos setores de transportes, logística e automóvel. Um estudo recente do ManpowerGroup, intitulado “Desafios de Talento em Logística e Transportes”, revela que 85% das 62 empresas inquiridas reportam dificuldades na atração de pessoal qualificado. Este estudo, realizado entre junho e setembro de 2023, mostra um aumento de 11 pontos percentuais nas dificuldades de contratação em comparação com o ano anterior.
Para as empresas, a estratégia para atrair e reter talentos passa por aumentar salários e investir na capacitação dos colaboradores. Pedro Amorim, diretor de vendas corporativas do ManpowerGroup, indica que 57% das organizações do setor planeiam aumentar as suas equipas em 2024, enquanto apenas 3% consideram reduzir o número de funcionários. Este cenário traduz-se num aumento líquido de emprego para 54% das empresas, o que reflete uma expectativa de crescimento na atividade.
As áreas prioritárias para contratações incluem operações, transporte e mobilidade, mencionadas por 65% das empresas, seguidas de logística, armazém e compras, com 61%. Além disso, as áreas tecnológicas estão a ganhar destaque, impulsionadas pela crescente adoção de tecnologias como inteligência artificial, Internet das Coisas e análise de dados. Assim, funções relacionadas com IT e Data (37%) e cibersegurança (22%) estão entre as mais procuradas.
Pedro Amorim destaca que, num mercado altamente competitivo, as funções de vendas, marketing e serviços também estão a ser cada vez mais requisitadas, com uma procura de 14%. No que diz respeito às funções mais procuradas nos setores de transportes e logística, as necessidades incluem operadores de armazém (47%), responsáveis de logística (31%), operadores de empilhadores (29%) e condutores de veículos pesados (24%). Além disso, funções ligadas à transformação digital, como especialistas em business intelligence e analistas de dados, estão em alta.
Este problema não é novo. A escassez de talento nas funções técnicas e operacionais tem vindo a agravar-se ao longo dos anos. Pedro Amorim explica que esta situação resulta de um desencontro de competências e da falta de formação técnica em perfis especializados, que afeta 45% das empresas. Outros fatores que dificultam a contratação incluem condições de trabalho (55%), a necessidade de mobilidade geográfica (33%) e a imagem pouco atrativa do setor (33%).
Numa economia em transição digital, a necessidade de perfis tecnológicos é cada vez mais premente. O setor de logística, que se revelou essencial durante a pandemia, enfrenta a concorrência de outras indústrias que oferecem condições mais atrativas para os profissionais de tecnologia. Assim, a luta por talentos tecnológicos intensifica-se, uma vez que as empresas precisam de se destacar para atrair os melhores profissionais.
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Fonte: Sapo





