A Comissão Europeia apresentou uma proposta para alargar as isenções de tarifas aduaneiras a novos produtos, incluindo vinho, calçado e equipamento médico, no âmbito do acordo comercial com os Estados Unidos. Este acordo, que estabelece uma taxa de 15% sobre as exportações europeias, foi negociado em julho e abrange uma variedade de bens, desde automóveis a produtos farmacêuticos.
A lista de produtos que Bruxelas pretende incluir nas isenções já conta com itens como aviões, componentes, alguns produtos químicos e agrícolas. Agora, a proposta visa adicionar bens como vinho, destilados, tecidos, azeite, ferramentas e robôs industriais, entre outros. A intenção é reduzir o impacto das tarifas sobre setores sensíveis da economia europeia.
Os representantes da Comissão Europeia apresentaram esta proposta ao secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante comercial, Jamieson Greer, numa reunião que decorreu recentemente. O objetivo é minimizar os efeitos das tarifas, que têm sido uma preocupação crescente para vários setores, especialmente o vinho e o calçado, que são cruciais para a economia portuguesa.
Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, alertou que o setor do vinho pode perder até 20% do mercado americano se não for incluído nas isenções. Com uma quota de exportação de 10,58% e vendas que totalizam 102 milhões de euros para os EUA, o setor está ansioso por uma solução que permita a eliminação da taxa de 15%. Falcão expressou a esperança de que o vinho seja considerado para a lista de produtos isentos.
O setor do calçado também está a ser afetado pelas tarifas. Apesar de ter registado um crescimento significativo nos últimos anos, com vendas a aumentar 25% nos últimos três anos, a indústria enfrenta desafios devido à taxa aplicada. As exportações de calçado para os EUA representam uma parte importante da produção nacional e, caso as tarifas se mantenham, o crescimento poderá ser comprometido.
Estudos recentes indicam que as exportações para os Estados Unidos são vitais para a economia portuguesa, representando 6,7% das exportações nacionais. O setor têxtil, por exemplo, é o mais exposto, com cerca de 400 milhões de euros em valor acrescentado e 14 mil empregos dependentes das vendas para o mercado norte-americano.
As negociações em curso também abordam as tarifas sobre o aço e o alumínio, que permanecem elevadas, e que Bruxelas considera prioritário rever. O secretário do Comércio dos EUA pediu uma abordagem equilibrada em relação à regulação digital, sugerindo que a União Europeia analise as suas leis para facilitar a redução das tarifas.
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Fonte: ECO





