A Iniciativa Liberal (IL) dos Açores anunciou hoje o seu voto contra o Plano e Orçamento da região para 2026, argumentando que os documentos apenas servem para garantir a sobrevivência do Governo Regional, sem preparar o futuro da região. Nuno Barata, deputado único da IL na Assembleia Regional, denunciou a “dependência orçamental mascarada de virtude” que, segundo ele, caracteriza a proposta.
Durante a discussão do Orçamento, Barata sublinhou que os Açores merecem “mais liberdade, mais responsabilidade, mais crescimento e mais autonomia”. O deputado criticou a abordagem do Governo, afirmando que este não está a assegurar um futuro sustentável para os Açores, mas sim a manter-se à tona no presente.
“O Governo apresenta um Plano de despesa, enquanto a IL teria um Plano de responsabilidade. Este Orçamento não prepara os Açores para o futuro, apenas garante a sobrevivência do Governo”, afirmou Barata. Ele descreveu a proposta como “grande no tamanho, mas pequena na responsabilidade”, destacando que, apesar do elevado investimento público previsto, a falta de rigor e de visão estratégica é evidente.
Os números apresentados pelo deputado são preocupantes: 49% da receita total da região provém de fundos europeus e da República, um aumento significativo em relação aos 31% de há poucos anos. “Isto não é autonomia. É uma dependência orçamental mascarada de virtude”, reiterou Barata.
Além disso, o deputado criticou a estratégia do Governo Regional, que, segundo ele, aplica a “velha máxima de atirar dinheiro para cima dos problemas”, sem promover reformas que garantam eficiência e alívio para as famílias e empresas. “Este é um Governo que se orgulha de gastar mais em Saúde, Educação e Habitação, mas onde estão as reformas necessárias? Não existem”, destacou.
O Orçamento de 2026 prevê um investimento público global de 1.191 milhões de euros, com 990,9 milhões a serem responsabilidade direta do Governo Regional. A execução dos fundos comunitários, especialmente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi apresentada como um dos principais objetivos do executivo.
O parlamento açoriano conta com 57 deputados, sendo 23 do PSD, 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um da IL, um do PAN, um do BE e um do PPM. A rejeição do Orçamento pela IL levanta questões sobre o futuro das finanças públicas na região.
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Fonte: Sapo





