Inteligência Artificial: Novo Fator de Produção na Economia

A inteligência artificial (IA) está a emergir como um novo fator de produção, ao lado do capital e do trabalho. Esta transformação surge da capacidade dos sistemas de IA de operar de forma autónoma, escalar sem dificuldades e aprender continuamente, gerando resultados que anteriormente exigiam competências exclusivamente humanas. Vários estudos académicos recentes defendem que esta nova forma de mão de obra digital pode ter um impacto significativo na produtividade e nos modelos económicos tradicionais.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) analisa a inteligência artificial não apenas como uma tecnologia, mas como um componente estrutural essencial na função de produção. O contributo da IA combina dados, software e poder computacional para gerar valor analítico e criativo, o que, por sua vez, impacta a produtividade total dos fatores. Investigações em diversos sectores demonstram aumentos significativos de eficiência e competitividade quando a IA é integrada nas operações das empresas, reforçando a ideia de que o seu papel vai além do de uma simples ferramenta de apoio.

Em termos macroeconómicos, modelos teóricos sugerem que o capital de inteligência artificial pode aumentar tanto os salários como a produtividade, especialmente quando complementa o trabalho humano em vez de o substituir. Esta complementaridade redefine a estrutura produtiva e abre caminho para novas formas de crescimento, mas também apresenta desafios de redistribuição, uma vez que o valor gerado tende a concentrar-se em empresas com maior capacidade de investimento tecnológico. Assim, a questão não é apenas como implementar a IA, mas também como garantir que os benefícios são partilhados de forma justa.

Para as empresas, considerar a inteligência artificial como um fator de produção implica uma revisão na alocação de recursos. O investimento em modelos, dados e infraestruturas deve ser visto como a construção de capital cognitivo estratégico, e não como um custo. Esta nova perspectiva pode alterar decisões de investimento, governança e gestão de risco. Contudo, o crescimento deste novo fator de produção também levanta preocupações ambientais, especialmente em relação ao consumo energético dos data centers, o que exige uma atenção especial à eficiência e à sustentabilidade.

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Reconhecer a inteligência artificial como um fator de produção é um sinal de que a economia está a entrar numa nova fase. Esta mudança exige uma reavaliação das políticas públicas, das métricas económicas e dos modelos de crescimento. Mais do que apenas impulsionar a produtividade, a inteligência artificial está a redefinir a forma como o valor é criado. As economias e empresas que compreenderem esta transformação estrutural estarão mais bem preparadas para liderar na próxima década.

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Fonte: Sapo

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