O Governo dos Açores anunciou que a Comissão Europeia aceitou prorrogar o prazo de reestruturação da SATA até dezembro de 2026. Esta decisão foi comunicada pelo secretário regional das Finanças, Duarte Freitas, durante uma sessão plenária na Horta, onde se discutia o Orçamento para 2026.
Freitas explicou que a prorrogação foi solicitada em virtude da complexidade do processo de reestruturação e da resposta do mercado. O governante destacou que a decisão final sobre este assunto será tomada até ao dia 31 de dezembro de 2026, no próximo colégio de comissários da União Europeia.
Além disso, foi revelado que um grupo de empresários, incluindo Carlos Tavares e Tiago Raiano, apresentou uma proposta para adquirir 85% da companhia aérea Azores Airlines. Esta proposta surge num contexto de reestruturação e privatização da SATA, que continua a ser um tema de debate no arquipélago.
Durante a discussão, o deputado socialista Carlos Silva questionou o Governo sobre o pagamento do subsídio de Natal em duas tranches. Segundo Freitas, este ano, os trabalhadores do grupo SATA receberão o subsídio em duas partes: 30% em novembro e o restante até 15 de dezembro. O atraso no pagamento deve-se a um “inadiável pagamento final” de 6,5 milhões de euros relacionado com a aeronave A330 conhecida como Cachalote.
Freitas esclareceu que este pagamento foi um dos últimos grandes prejuízos causados pelo Cachalote à SATA e que, a partir de 2026, não haverá mais custos associados a este incidente. Contudo, a questão do subsídio de Natal gerou críticas entre os deputados, com Silva a afirmar que a gestão da SATA tem sido “ruinosa” e que a administração não deve “brincar” com os cerca de 1.600 funcionários que esperam receber o subsídio.
O deputado António Lima, do Bloco de Esquerda, questionou se o Governo assumirá o passivo da companhia aérea, ao que Freitas respondeu que todos os açorianos terão de arcar com as consequências das gestões passadas da SATA. A discussão sobre a privatização da Azores Airlines também foi um ponto de discórdia, com a proposta do BE a ser rejeitada pela maioria dos deputados.
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Fonte: Sapo





