Dezembro traz más notícias para muitas famílias portuguesas com crédito à habitação. Pela primeira vez desde janeiro do ano passado, os titulares de contratos com taxa variável indexada à Euribor a 3 e 6 meses vão sentir um aumento nas suas prestações. Esta alteração, que afeta mais de um terço das famílias com crédito à habitação, resulta de dados recentes do Banco de Portugal, que revelam que 54% do total de crédito à habitação é de taxa variável, e 64% deste montante está indexado à Euribor a 3 ou 6 meses.
O aumento das prestações marca uma mudança significativa no comportamento dos indexantes, com a Euribor a ultrapassar a barreira dos 2%, o que penaliza as revisões contratuais e anula os ganhos obtidos nos meses anteriores. Para um empréstimo típico de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, a prestação mensal indexada à Euribor a 3 meses passará de 634,11 euros para 635,70 euros, um aumento de 1,59 euros.
A situação é semelhante para os contratos indexados à Euribor a 6 meses. Neste caso, a prestação mensal subirá de 641,84 euros para 643,14 euros, refletindo uma média da Euribor a 6 meses de 2,1321% em novembro. Este aumento representa o primeiro incremento mensal desde janeiro do ano passado, sinalizando o fim do ciclo de descidas que se tinha verificado até agora.
Por outro lado, os contratos indexados à Euribor a 12 meses continuam a beneficiar de descidas, com uma nova prestação de 650,12 euros, representando uma poupança de 23,91 euros em relação ao ano anterior. Contudo, as perspetivas para o futuro não são animadoras. Os contratos forward indicam que as taxas de juro poderão subir ainda mais a partir do verão de 2026, o que poderá agravar a situação para as famílias com crédito à habitação.
Com a aproximação de um aumento significativo nas prestações, é crucial que os titulares de crédito à habitação compreendam como as suas mensalidades poderão evoluir. O simulador de crédito à habitação do ECO pode ser uma ferramenta útil para ajudar as famílias a planear o seu orçamento.
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Fonte: ECO
