Negócios da paz: O plano de Trump para a Ucrânia

O plano de paz de 28 pontos para a Ucrânia, elaborado pela Casa Branca, surge a partir de um documento russo que foi entregue à administração Trump em outubro. Este plano, que muitos consideram uma capitulação da Ucrânia, gerou forte descontentamento em Kiev e nas capitais europeias. O secretário de Estado, Marco Rubio, deslocou-se a Genebra em busca de um compromisso e saiu com um plano de 19 pontos, que parece mais razoável para a Ucrânia, mas a concretização de um acordo continua distante. Vladimir Putin, por seu lado, não demonstra pressa e afirma que a proposta de 28 pontos é apenas uma lista de “possíveis acordos”, pretendendo discutir questões de segurança pan-europeia.

Donald Trump, alinhado com os interesses do Kremlin, pressiona o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, para que se chegue a um acordo rapidamente, motivado por razões políticas e económicas. Após os negócios da guerra, o Presidente dos EUA agora visa colher os frutos dos negócios da paz. O fim do conflito poderá permitir à Casa Branca estabelecer um acordo comercial com o Kremlin em áreas como a exploração de terras raras e investimentos em tecnologia, que são de interesse mútuo.

Além disso, a paz abrirá portas para a exploração de minerais na Ucrânia, com negociações já em curso com Kiev. O potencial de reconstrução da Ucrânia, estimado em 524 mil milhões de dólares, representa uma oportunidade significativa para as empresas americanas. Não seria surpreendente ver a família de Trump a participar nestes negócios, assim como aconteceu no Médio Oriente com o private equity do genro, Jared Kushner.

Apesar da economia russa estar debilitada e dominada por fornecedores chineses, existem ainda oportunidades a explorar. Antes do conflito, a Boeing era a principal fornecedora de aviões para a Rússia, superando a europeia Airbus. A busca por acordos comerciais vantajosos levou Trump a distanciar-se da nova primeira-ministra japonesa, que sugeriu que um ataque chinês a Taiwan poderia resultar numa mobilização militar do Japão.

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De acordo com o Wall Street Journal, Xi Jinping expressou descontentamento a Trump, que aconselhou a primeira-ministra a não provocar Pequim, para evitar que a tensão prejudicasse a trégua comercial entre os EUA e a China. No Japão, a inquietação sobre o compromisso dos EUA com a segurança na região tem vindo a aumentar.

Trump, após forçar a rutura, procura um acordo com a China com novas regras, assim como deseja que Putin pare a guerra na Ucrânia. Além dos benefícios económicos, o Presidente dos EUA poderá também colher dividendos políticos significativos, que vão além do prestígio de contribuir para o fim do conflito. O aumento da inflação nos anos após a pandemia foi um fator crucial para a derrota de Biden e a vitória de Trump. O problema do custo de vida continua a ser uma preocupação e foi decisivo para as recentes vitórias do Partido Democrata em eleições para governador e na câmara de Nova Iorque.

O fim do conflito na Ucrânia poderá trazer de volta ao mercado internacional o petróleo e gás natural russos, bem como cereais e fertilizantes ucranianos, o que ajudaria a baixar os preços e aliviar a inflação. Ter o Presidente dos EUA empenhado nos processos de paz é crucial, mas fazê-lo à custa da deterioração das relações com aliados na Europa e na Ásia-Pacífico levanta questões sobre a estratégia a longo prazo.

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Fonte: ECO

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