O setor segurador de Hong Kong enfrenta um dos maiores desafios das últimas décadas, após um incêndio devastador no condomínio Wang Fuk Court, em Tai Po, que ocorreu a 26 de novembro. Este trágico incidente resultou na morte de 151 pessoas, e as autoridades não descartam a possibilidade de um aumento no número de vítimas. As estimativas financeiras apontam para um impacto superior a 2,6 mil milhões de dólares de Hong Kong, cerca de 334 milhões de dólares americanos, com a China Taiping Insurance a ser a seguradora mais exposta a este risco.
A prioridade agora é o rápido pagamento de sinistros. A Autoridade de Seguros de Hong Kong anunciou a criação de uma task force para monitorizar e acelerar o processamento das reclamações relacionadas com o incêndio. A Federação de Seguradoras de Hong Kong também confirmou que várias seguradoras já simplificaram os procedimentos, criando linhas de apoio dedicadas e dispensando certidões de óbito para pedidos de indemnização por morte.
Stephen Yiu Kin-wah, presidente da Autoridade de Seguros, comentou que “muitas seguradoras já tomaram medidas imediatas para fornecer apoio adicional às pessoas afetadas nestes tempos difíceis”. Selina Lau, CEO da Federação de Seguradoras, reforçou que as empresas estão preparadas para ajudar as vítimas, oferecendo recursos e apoio durante este processo de recuperação.
A China Taiping Insurance, responsável pela cobertura do Wang Fuk Court, tem uma apólice que inclui 2 mil milhões de HKD para danos de propriedade e incêndio, 20 milhões de HKD por responsabilidade civil pública, uma apólice adicional de 315,6 milhões de HKD para riscos de empreiteiros e 50 milhões de HKD em responsabilidade civil para terceiros. Após o incêndio, as ações da China Taiping caíram até 8%, refletindo a preocupação com a sua exposição financeira.
Além das seguradoras, o sistema financeiro de Hong Kong também se mobilizou para ajudar as famílias afetadas. A Autoridade Monetária de Hong Kong e a Associação de Bancos de Hong Kong recomendaram uma abordagem flexível na concessão de crédito, priorizando pedidos de empréstimo e isentando taxas por atrasos. O HSBC, por exemplo, permitiu acesso a serviços financeiros sem a necessidade de documentos pessoais perdidos no incêndio, enquanto o Bank of East Asia prolongou o horário da sua agência local.
A China Taiping, embora cotada em bolsa, é controlada pelo Estado chinês e, apenas na Greater Bay Area, emitiu prémios no valor de 6,6 mil milhões de euros em 2024. O incêndio em Hong Kong representa um desafio significativo para o setor segurador, que terá de responder rapidamente às necessidades das vítimas.
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Fonte: ECO





