O Governo de Moçambique anunciou que a atividade de pesca deverá estagnar em 2026, prevendo um crescimento residual de apenas 0,3% nas capturas, totalizando 549.533 toneladas. Esta informação foi divulgada esta segunda-feira, com base em dados oficiais consultados pela Lusa.
De acordo com o relatório governamental, a pesca artesanal continuará a ser a principal fonte de capturas, embora se espere uma ligeira diminuição de 0,2%, resultando em 512.964 toneladas. Este recuo contrasta com o crescimento de 7% previsto para 2025, que deverá atingir 514.204 toneladas, incluindo 9.636 toneladas de tubarão.
Para 2026, as previsões indicam um aumento de 2% nas capturas de lagosta, que deverá chegar a 799 toneladas, e de caranguejo, que deverá atingir 8.702 toneladas. Além disso, estima-se que sejam capturadas 440 mil toneladas de peixe, tanto em águas marinhas como em águas doces. As capturas de tubarão na pesca artesanal também devem crescer 2%, totalizando 9.829 toneladas.
No que diz respeito à pesca industrial, as perspetivas são mais optimistas, com um crescimento esperado de 15% em relação a 2025, atingindo 17.675 toneladas. Este aumento inclui 3.154 toneladas de camarão, que representa um crescimento de 8%, e 280 toneladas de lagosta, com um aumento de 5% em um ano.
A pesca semi-industrial deverá manter-se estável, com uma meta de 8.250 toneladas, enquanto a produção de aquacultura deverá crescer 3%, totalizando 10.644 toneladas. Vale lembrar que a produção pesqueira em Moçambique já tinha registado um crescimento de 3% em 2024, alcançando 508.808 toneladas, embora não tenha cumprido a meta estabelecida.
O relatório do Governo revela que a meta para a pesca e aquacultura em 2024 era de 522.671 toneladas, sendo que foi alcançada em 97%, com um aumento em relação às 493.088 toneladas de 2023. A pesca artesanal continua a ser a principal atividade do setor, envolvendo cerca de 400 mil pessoas e mais de 42 mil embarcações, segundo o censo de 2022.
O Censo da Pesca Artesanal e Aquacultura (CEPAA 2022) abrangeu todas as áreas das águas marítimas e interiores, exceto algumas zonas da província de Cabo Delgado, devido a questões de segurança. O levantamento, realizado em colaboração com várias entidades, identificou 397.688 pessoas envolvidas na pesca artesanal, incluindo pescadores e profissionais de diversas atividades ao longo da cadeia de valor.
No que diz respeito à aquacultura, o censo registou 21.751 operadores, sendo que 12.899 são proprietários de unidades aquícolas. A maioria da atividade aquícola no país é de subsistência, representando 42,9%, enquanto 46,79% é de natureza artesanal.
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Fonte: Sapo
