Um novo estudo do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) revela que os jovens em Portugal estão a consumir menos álcool e tabaco, mas a sua relação com o jogo online e as apostas a dinheiro está a aumentar. O relatório, intitulado “Consumo de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências” (ECATD-CAD 2024), analisa os hábitos de alunos do ensino público com idades entre os 13 e os 18 anos.
Nos últimos 12 meses, um em cada vinte alunos admitiu ter consumido álcool, tabaco ou drogas ilícitas, embora não necessariamente em simultâneo. Comparando com 2019, o estudo mostra uma diminuição significativa nos comportamentos aditivos, com o consumo de álcool a cair 11 pontos percentuais e o de tabaco a descer 12 pontos percentuais. Todas as regiões do país apresentam agora taxas inferiores às de 2019.
Por outro lado, o jogo online e as apostas a dinheiro revelam uma tendência preocupante, com um aumento de cinco pontos percentuais a nível nacional. Nos Açores, este fenómeno é ainda mais acentuado, tendo triplicado, com 38% dos alunos a jogar quatro ou mais horas por dia em dias sem escola. O ICAD, presidido por João Goulão, considera a redução no consumo de substâncias como um “sinal encorajador”, mas alerta que o aumento do jogo online e a iniciação precoce ao álcool e tabaco “exigem respostas rápidas e eficazes”.
O relatório destaca que, embora a redução do consumo de álcool seja positiva, 40% dos alunos do Alentejo admitiram ter bebido no último mês. Além disso, 37% dos jovens nesta região e no Algarve começaram a beber aos 13 anos ou menos. O Alentejo é identificado como a região com o maior consumo de álcool (62%) e tabaco, e também apresenta um aumento no uso de substâncias psicoativas.
A situação no Algarve é semelhante, onde o consumo de canábis ao longo da vida continua a ser elevado, mas as prevalências nos últimos 30 dias diminuíram mais rapidamente do que a média nacional. O estudo revela ainda que, entre 2019 e 2024, as taxas de jogo online aumentaram mais nos Açores, uma região que anteriormente apresentava números abaixo da média nacional.
Os autores do estudo, Elsa Lavado e Vasco Calado, sublinham a importância de realizar mais investigações qualitativas que explorem os fatores socioculturais que influenciam o consumo de substâncias e comportamentos de risco. O Norte de Portugal destaca-se como a região com menor prevalência de comportamentos aditivos, enquanto a Madeira, embora com valores superiores ao total nacional em algumas categorias, apresenta uma situação menos grave em geral.
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Fonte: Sapo





