Os custos com seguros de saúde em Portugal estão a caminho de um aumento significativo em 2026, com uma taxa média projetada de 10%. Esta previsão é apresentada no estudo “2026 Global Trend Medical Trend Rates Report” da Aon, uma empresa reconhecida nos serviços de Risk Capital e Human Capital. Este aumento é consideravelmente superior à inflação geral prevista pelo FMI para Portugal, que é de apenas 2,1% em comparação com o ano anterior.
O relatório da Aon revela que a pressão sobre os seguros de saúde corporativos em Portugal está alinhada com as tendências globais, embora a nível mundial se preveja uma ligeira diminuição do crescimento, passando de 10% em 2025 para 9,8% em 2026. João Dias, responsável pelas soluções de saúde da Aon Portugal, explica que o mercado português enfrenta uma pressão crescente sobre os prémios de saúde. Este fenómeno é impulsionado pela elevada inflação médica, pelo aumento da prevalência de doenças crónicas associadas ao envelhecimento da população e pelas constantes atualizações nos custos.
Para lidar com este aumento, as empresas estão a adotar várias estratégias. Entre elas, destacam-se o reforço da prevenção e a implementação de programas de bem-estar, bem como atualizações nos planos de saúde e nas regras de financiamento. Além disso, muitas organizações estão a apostar em planos de benefícios flexíveis, que promovem uma lógica de contribuição definida, permitindo um maior controlo dos custos e a personalização dos benefícios, o que é crucial para atrair e reter talento.
O estudo da Aon também analisa as coberturas de saúde mais procuradas em Portugal, que incluem hospitalização, consultas e exames, estomatologia e oftalmologia. Estes dados estão em linha com as tendências observadas este ano. Os principais fatores de risco que contribuem para o aumento dos custos dos seguros de saúde incluem o envelhecimento da população, a falta de rastreios clínicos antecipados, a hipertensão, o sedentarismo e fatores genéticos.
Além disso, as patologias que mais têm contribuído para o aumento dos custos dos seguros de saúde são as doenças oncológicas e cardiovasculares, que têm mantido a liderança nas últimas quatro edições do estudo. Seguem-se as condições musculoesqueléticas, problemas respiratórios e questões relacionadas com a saúde mental. Os dados indicam que Portugal está a seguir a tendência global, onde estas condições continuam a ser as principais responsáveis pela pressão sobre os custos.
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Fonte: Sapo





