Portugal enfrenta um momento decisivo na sua trajetória económica. O modelo tradicional, que se baseia no crescimento pela quantidade e na produção de bens de gama média e baixa, revela-se cada vez mais vulnerável. Este tipo de abordagem é facilmente replicável por concorrentes mais eficientes e está sujeito a pressões de preços que podem comprometer a sustentabilidade do nosso crescimento.
Embora o turismo tenha contribuído para a riqueza do país, também trouxe desafios, como a saturação de algumas cidades. A dependência do volume turístico expôs a fragilidade deste modelo. Assim, a solução mais inteligente e sustentável passa por uma mudança de paradigma: a aposta em marcas premium, que oferecem serviços e experiências com maior valor acrescentado. Esta não é uma questão de elitismo, mas sim de inteligência económica.
Inspirar-nos nas marcas de luxo pode ser um caminho a seguir. Não se trata de inacessibilidade, mas de aprender a criar valor, coerência e relações humanas. As marcas de luxo compreendem a importância da raridade, não como uma forma de exclusão, mas como uma garantia de qualidade superior. Ao aplicarmos este conceito ao nosso destino turístico, podemos perceber que a massificação tem um custo. Reduzindo a pressão sobre Lisboa, Porto e outros locais saturados, podemos preservar a autenticidade e o património, ao mesmo tempo que incentivamos os visitantes a explorar regiões menos conhecidas.
A verdadeira força das marcas premium reside na sua capacidade de ver os consumidores como indivíduos. Cada interação deve ser pensada para proporcionar experiências significativas e envolventes. Este foco na personalização transforma a forma como nos relacionamos com os nossos visitantes, tratando-os pelo seu nome e reconhecendo as suas necessidades.
Outro princípio fundamental das marcas de luxo é a curadoria. Em vez de oferecerem em excesso, limitam-se a disponibilizar o que realmente importa. Portugal pode beneficiar ao adotar esta abordagem, concentrando-se no essencial e no que cada visitante realmente procura. Presentear não é acumular, mas sim pensar nos desejos e necessidades dos outros. Um país que se posiciona desta forma constrói uma reputação sólida e aumenta o valor das suas marcas.
Implementar estes princípios não tornará Portugal um destino elitista. Pelo contrário, democratizará o acesso à qualidade, permitindo que mais pessoas experienciem o impacto positivo em diversas regiões. A mudança deve ocorrer na lógica de operação, transicionando de uma economia baseada na pressão para uma focada na intenção. A experiência deve evoluir de uma abordagem massificada para uma mais pessoal e humanizada.
Hoje, Portugal é um destino desejado e procurado. Este é o momento ideal para reposicionar o país, não pela ostentação, mas pela autenticidade. Não pela escassez artificial, mas pela qualidade cuidada. A inclusão e a capacidade de unir pessoas e experiências são fundamentais para transformar memórias em momentos duradouros. Assim, Portugal poderá crescer de forma sustentável, transformando as suas marcas em referências cada vez mais premium.
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Fonte: ECO





