Os Presidentes da República Democrática do Congo (RDCongo) e do Ruanda assinaram, na quinta-feira, um acordo de paz em Washington, com a presença do ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Este pacto visa pôr fim a décadas de conflito entre os dois países africanos.
Durante a cerimónia, Trump destacou a importância do acordo, afirmando que representa um triunfo onde muitos falharam. “Estamos a triunfar onde tantos outros falharam e esta tornou-se a oitava guerra que terminamos em menos de um ano”, disse. O acordo de paz inclui um cessar-fogo permanente, o desarmamento de forças não-estatais, o retorno dos refugiados e a responsabilização de quem cometeu atrocidades. Além disso, prevê uma componente económica que concede aos Estados Unidos acesso preferencial a minerais estratégicos da região.
Trump fez uma observação humorística sobre a mudança de dinâmica entre os países: “Passaram muito tempo a matar-se uns aos outros, e agora vão passar muito tempo a abraçar-se e a aproveitar-se economicamente dos EUA”. Os Presidentes da RDCongo e do Ruanda expressaram a sua gratidão pela mediação de Trump, mas enfatizaram que a responsabilidade pela implementação do acordo recai sobre eles. “Cabe a nós, em África, trabalhar com os nossos parceiros para consolidar e ampliar esta paz”, afirmou Paul Kagame, o Presidente ruandês.
Félix Tshisekedi, o chefe de Estado congolês, manifestou a sua esperança em relação ao futuro: “Seremos lúcidos, mas firmemente otimistas. Estes acordos de Washington para a paz e a prosperidade devem ser para os nossos povos um símbolo de um compromisso irreversível”. A cerimónia contou ainda com a presença de líderes de outros países africanos, como Angola, Burundi e Quénia.
A crise no leste da RDCongo tem raízes profundas, com um conflito que se arrasta desde 1998, alimentado por grupos rebeldes e pela instabilidade política. O grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), apoiado pelo Ruanda, tomou o controlo de várias cidades na região, incluindo Goma e Bukavu. Apesar do acordo de paz assinado em Washington, a violência persistiu, levando a negociações adicionais em Doha, mediadas pelo Qatar.
O Presidente angolano, que participou na cerimónia como presidente em exercício da União Africana, já tinha tentado mediar o conflito, mas suspendeu a sua missão após uma reunião infrutífera em Luanda. O futuro do acordo de paz dependerá da capacidade dos líderes africanos de trabalhar juntos e garantir a estabilidade na região.
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Fonte: ECO





