O debate entre Luís Marques Mendes e António José Seguro, os candidatos apoiados pelos principais partidos do sistema, teve lugar na RTP e foi moderado pelo jornalista Carlos Daniel. Este evento, que se destacou como um importante momento de confronto entre os dois, teve um tom cordial, mas a necessidade de diferenciação entre ambos foi evidente. Ambos os candidatos partilham uma base eleitoral semelhante, mas a forma como se apresentaram foi bastante distinta.
Marques Mendes começou o debate de forma mais incisiva, prometendo mostrar como se diferenciava de Seguro. Após um início morno, onde ambos se dirigiram às comunidades portuguesas no estrangeiro, o primeiro tema abordado foi a Justiça. Com as recentes notícias sobre escutas ao ex-primeiro-ministro António Costa em mente, ambos concordaram que o setor necessita de reformas urgentes. No entanto, Mendes foi mais contundente nas suas críticas, exigindo consequências e desafiando Seguro sobre a sua postura. “Não podemos ficar por generalidades”, afirmou Mendes, sublinhando a necessidade de ação imediata.
Seguro, por sua vez, tentou contra-atacar, lembrando a longa presença de Mendes no Conselho de Estado e a sua falta de iniciativa. Contudo, este argumento não teve o impacto desejado e rapidamente foi deixado de lado. O ex-líder do PS também defendeu que a atual configuração política, dominada pela direita, beneficiaria de um maior equilíbrio com um Presidente de centro-esquerda.
Marques Mendes, aproveitando a discussão sobre o Conselho de Estado, prometeu que o seu primeiro encontro seria dedicado à Justiça e expressou a intenção de nomear pessoas mais jovens para o órgão, demonstrando uma abordagem prática e inovadora.
O debate também abordou a questão do Chega e o que ambos fariam caso André Ventura vencesse as eleições legislativas. Mendes destacou que, embora não haja argumentos para recusar a posse a um governo legítimo, as propostas inconstitucionais, como a pena de morte defendida pelo Chega, não poderiam ser aceites.
Na parte final do debate, a revisão das leis laborais foi discutida. Enquanto Seguro foi mais crítico em relação ao pacote legislativo, Mendes adotou uma postura mais cautelosa, afirmando que o momento de pronúncia do Presidente deve ocorrer quando o diploma lhe chega às mãos. Mendes defendeu que não se pode criticar a necessidade de reformas e depois recusar mudanças quando estas são propostas.
A experiência televisiva de Mendes foi evidente, pois ele apresentou as suas ideias de forma mais organizada e expansiva, enquanto Seguro foi mais direto e telegráfico, resultando num desequilíbrio no tempo de fala. No final, ambos os candidatos tiveram uma prestação positiva, mas Mendes destacou-se como o mais concreto e proativo no debate.
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Fonte: ECO




