Na passada sexta-feira, a Assembleia-Geral da ONU deu um passo significativo ao aprovar a Declaração de Nova Iorque, que visa promover a solução de dois Estados para Israel e Palestina. O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou esta aprovação um avanço no “caminho irreversível para a paz”. A declaração foi aprovada por 142 dos 192 Estados-membros da ONU, com Portugal a votar a favor.
Esta votação ocorre numa altura em que a França e a Arábia Saudita se preparam para copresidir uma reunião na ONU, marcada para 22 de setembro, onde Macron anunciou a intenção de reconhecer o Estado Palestiniano. O apoio à solução de dois Estados foi robusto, com países como a China, Rússia, Egito e Qatar a votarem a favor. No entanto, 10 países, incluindo Israel e os Estados Unidos, opuseram-se à declaração.
O Governo israelita reagiu com veemência, classificando a decisão como um “circo político alheio à realidade”. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já havia afirmado que não haverá um Estado palestiniano, e a diplomacia israelita expressou gratidão a todos os que não apoiaram esta “vergonzosa decisão”.
Por outro lado, a Autoridade Palestiniana viu a aprovação da declaração como um “passo importante” rumo à solução de dois Estados. Hussein al-Sheikh, vice-presidente da Autoridade, afirmou que a resolução reflete a vontade internacional em favor dos direitos do povo palestiniano e é crucial para o fim da ocupação, propondo o estabelecimento de um Estado independente nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital.
Em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou prematuro discutir o reconhecimento do Estado da Palestina. Durante uma visita oficial a Berlim, afirmou que o Governo está a trabalhar com vários países para alcançar uma “posição comum” sobre a questão. Marcelo destacou a importância das negociações em curso, que envolvem diferentes países com experiências e posições variadas.
O reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal é uma questão sensível e complexa, e Marcelo sublinhou que a redação final da posição a ser adotada é de extrema importância. Apesar de já ter sido manifestada a disponibilidade para reconhecer a Palestina, o momento e a forma como isso será feito ainda estão a ser discutidos.
A aprovação da solução de dois Estados na ONU representa um marco importante nas relações internacionais e nas aspirações do povo palestiniano. O futuro da região continua incerto, mas a pressão internacional por uma resolução pacífica está a aumentar.
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Fonte: ECO