Construção modular: solução inovadora para a crise habitacional

A construção modular tem vindo a ganhar destaque no debate político e social em Portugal, especialmente como uma solução para a crise da habitação. Recentemente, o secretário-geral do PS propôs que o país apostasse nesta tecnologia, mas várias autarquias e empresas já estão a implementar projetos nesta área, com a inauguração de centenas de casas e residências universitárias.

Este modelo de construção permite reduzir significativamente o tempo de obra, com alguns projetos a serem concluídos em menos de um mês. Em vez de se deslocarem para o local da construção, os camiões e trabalhadores dirigem-se a fábricas onde são produzidos componentes habitacionais semelhantes a blocos de Lego. Enquanto as fundações e estruturas são montadas no local, as paredes e lajes são fabricadas em simultâneo nas fábricas, muitas vezes com a ajuda de robôs.

Um exemplo claro é o município da Amadora, que enfrenta uma elevada pressão na procura de habitação. Os moradores do Cerrado da Mira assistiram à construção de um edifício de três andares em apenas 30 dias. O projeto totaliza cerca de 540 dias, incluindo 90 dias para o projeto e 450 para a execução. O presidente da Câmara da Amadora espera que este tempo seja reduzido, com a entrega das chaves prevista antes do final do primeiro semestre.

Miguel Barata, diretor de produção da Casais, destaca que, numa construção convencional, o prazo superaria os 700 dias. A escolha pela construção modular foi motivada pela necessidade de cumprir prazos impostos pelo PRR, que exige que as famílias estejam instaladas até julho.

Vítor Ferreira, presidente da autarquia, sublinha que a construção modular é uma solução viável que garante rapidez, eficiência de custos e sustentabilidade. O sistema industrial utilizado, desenvolvido por uma empresa austríaca, já está a ser aplicado em vários países, incluindo Portugal.

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A Casais, uma das empresas envolvidas, utiliza fábricas em Estarreja e Braga para produzir os componentes necessários. Além disso, a tecnologia modular pode atrair novos setores, como a fileira florestal, que poderia fornecer madeira certificada para a construção.

A construção modular não só aumenta a produtividade, como também melhora as condições de trabalho, reduzindo a dependência de mão-de-obra in situ e minimizando os riscos de acidentes. António Carlos Rodrigues, presidente da Casais, afirma que a tecnologia pode aumentar a produtividade em até dez vezes, substituindo mão-de-obra menos qualificada por processos mais eficientes.

Este modelo de construção não é a única alternativa à construção convencional. Em Alcanena, por exemplo, está a ser implementado um projeto de construção industrializada em aço, que visa erigir 105 fogos. A Junta de Freguesia de Benfica também está a apostar na construção modular, com um novo edifício de 50 apartamentos em curso.

A construção modular representa uma resposta inovadora e eficiente à crise da habitação em Portugal, permitindo a criação de habitação acessível e sustentável em tempo recorde. Leia também: “A importância da eficiência energética na construção moderna”.

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Fonte: ECO

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