Vaticano defende integração de imigrantes e critica discursos simplistas

O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, expressou hoje a sua preocupação com os discursos simplistas sobre imigração, defendendo a necessidade de acolhimento e integração dos imigrantes. Durante uma entrevista à agência Lusa, na sua visita a Lisboa, Parolin sublinhou que o atual Papa, Francisco, é a figura certa para enfrentar os desafios contemporâneos relacionados com a migração.

Parolin afirmou que o problema da imigração é um dos grandes desafios do nosso tempo e que não deve ser tratado de forma simplista. “É um problema complexo que apresenta várias dimensões”, alertou. O diplomata enfatizou que os cristãos têm a responsabilidade de combater tendências populistas e xenófobas, afirmando que “a xenofobia é inaceitável”.

O secretário de Estado do Vaticano também destacou que a ideologia católica deve promover uma visão global. Ele exemplificou a defesa da vida, afirmando que a Igreja se opõe tanto ao aborto como à eutanásia, mas que é igualmente importante considerar a vida entre o nascimento e a morte, respeitando os direitos humanos e o bem-estar das populações.

Em relação à imigração, Parolin referiu que a Igreja procura propor princípios inspiradores, como os ensinamentos de Francisco: “Acolher, acompanhar, proteger e integrar”. O foco atual, segundo Parolin, deve ser a integração, defendendo uma imigração legal e regulada, enquanto se opõe ao tráfico de seres humanos e à exploração dos trabalhadores. “A nossa proposta é que haja fluxos legais de imigrantes que sejam recebidos e integrados nas sociedades onde se encontram”, afirmou.

O cardeal também comentou a crise da democracia em várias partes do mundo, afirmando que muitas pessoas sentem que este sistema não é capaz de resolver os problemas que enfrentam. “As tendências populistas que caracterizam muitos países não favorecem a paz e o desenvolvimento”, disse, reiterando que a diplomacia vaticana está sempre atenta a estas questões.

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Parolin defendeu que a democracia deve ser uma democracia de valores, que inclua conceitos como tolerância, respeito e aceitação do outro. Sobre o novo Papa, Leão XIV, Parolin destacou que cada Papa tem o seu estilo e que todos são adequados para o seu tempo. “Acreditamos que cada Papa é escolhido para responder às necessidades do nosso tempo”, afirmou.

Embora Leão XIV tenha um estilo mais discreto do que Francisco, Parolin acredita que a mensagem que o novo Papa transmite é muito pertinente e adequada às necessidades atuais. A origem norte-americana de Leão XIV pode facilitar o diálogo com os EUA, mas Parolin alerta que esse diálogo deve ser uma tarefa da diplomacia da Santa Sé, independentemente da origem geográfica do Papa.

Leia também: A importância da integração na sociedade contemporânea.

imigração Nota: análise relacionada com imigração.

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Fonte: Sapo

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