Nasdaq propõe negociação de ações em blockchain

A Nasdaq, um dos maiores mercados de ações do mundo, está a dar um passo significativo na modernização do setor financeiro ao propor a negociação de títulos em blockchain. Esta inovação promete permitir a negociação de ações 24 horas por dia, sete dias por semana, com liquidação instantânea das operações, eliminando atrasos que muitas vezes ocorrem nos processos tradicionais.

Recentemente, a Nasdaq apresentou uma proposta à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) para ajustar as suas regras e permitir a negociação de ações e produtos cotados, tanto na forma digital tradicional como na forma tokenizada. Esta iniciativa surge numa altura em que a regulamentação das criptomoedas está a ser flexibilizada, especialmente sob a administração de Donald Trump, o que pode abrir novas portas para a negociação em blockchain.

Se a proposta for aprovada, será um marco histórico, pois será a primeira vez que tokens, que representam ativos como ações ou obrigações, serão negociados num grande mercado de capitais. Luís Tavares Bravo, economista e consultor, considera esta mudança de extrema importância, afirmando que pode redefinir a interação entre investidores, empresas e instituições, aumentando a eficiência e a transparência a nível global.

Paulo Cardoso Amaral, professor da Universidade Católica de Lisboa, também sublinha a relevância desta proposta, indicando que pode marcar o início de uma revolução no ecossistema financeiro dos EUA, especialmente com a chegada da Web3. Chuck Mack, vice-presidente sénior de Mercados na América do Norte da Nasdaq, destacou que a proposta visa fomentar um debate público e colaborativo sobre a nova abordagem.

A Nasdaq não está a desenvolver um blockchain próprio, mas propõe utilizar uma solução baseada no Hyperledger Besu, um cliente Ethereum empresarial. A proposta permitirá que coexistam duas formas de negociação: a tradicional e a tokenizada, ambas partilhando o mesmo livro de ordens e garantindo os mesmos direitos dos acionistas. Mack enfatiza que, embora a Nasdaq introduza inovações, os princípios tradicionais de descoberta de preços e transparência serão mantidos.

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Este movimento da Nasdaq não é isolado. A Coinbase, a maior corretora de criptomoedas dos EUA, já solicitou à SEC permissão para oferecer “ações tokenizadas” aos seus clientes. Além disso, grandes bancos como o Bank of America e o Citigroup estão a explorar a possibilidade de lançar ativos tokenizados, incluindo stablecoins.

Para que a negociação em blockchain se torne uma realidade viável, é fundamental que haja um aumento na utilização e no acesso a esta tecnologia. Os especialistas acreditam que, uma vez que as ações estejam estabilizadas na blockchain, outros operadores de Wall Street seguirão o exemplo. Paulo Cardoso Amaral alerta que, para que o mercado regulado prospere com a Web3, é necessário tokenizar todos os elementos envolvidos nas transações, incluindo dinheiro e identidade digital.

A Europa já delineou uma abordagem sólida para a tokenização, mas ainda carece de uma estratégia clara. A forma como os EUA abordarão esta questão poderá determinar se estamos a assistir ao nascimento do futuro líder da 4.ª Revolução Industrial.

Leia também: O impacto da tokenização nos mercados financeiros.

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Fonte: Sapo

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