Tarifas de Trump geram quase 90 mil milhões de dólares para os EUA

As tarifas comerciais implementadas pela administração Trump estão a ter um impacto significativo nas receitas do Tesouro dos Estados Unidos. Desde o anúncio das novas tarifas a 2 de abril, o governo norte-americano arrecadou quase 90 mil milhões de dólares em direitos aduaneiros, com um recorde mensal de 29,5 mil milhões de dólares em agosto. Este valor representa um aumento impressionante de quase 318% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando as receitas foram de pouco mais de sete mil milhões.

De acordo com dados do Departamento do Tesouro dos EUA, cerca de 70% das receitas aduaneiras recolhidas pela Customs Border Protection Agency estão diretamente ligadas às novas tarifas comerciais. Apesar dos números elevados, é importante contextualizar que estas receitas representam apenas uma fração do total das receitas federais, que alcançaram 344 mil milhões de dólares em agosto. Assim, o impacto das tarifas comerciais de Trump corresponde a cerca de 6,5% do total arrecadado no último mês.

A análise das tarifas comerciais revela que, desde abril, o Tesouro americano tem arrecadado uma média mensal de 18 mil milhões de dólares. Lisa Schineller, analista da Standard & Poor’s, destaca que o aumento das taxas tarifárias pode compensar resultados fiscais mais fracos, especialmente em face da recente legislação orçamental.

No entanto, o efeito das tarifas não se limita apenas às receitas do governo. A inflação nos EUA também está a aumentar, com a taxa homóloga a fixar-se em 2,9% em agosto. Este valor é o mais elevado desde janeiro de 2025 e reflete a pressão que as tarifas comerciais exercem sobre os preços dos produtos. Sarah House, economista sénior da Wells Fargo, afirma que as tarifas são um fator significativo no aumento dos preços, que têm vindo a crescer desde a sua implementação.

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Os preços da energia, por exemplo, subiram 7,4% em termos homólogos, com o gás canalizado a registar um aumento de 13,8%. Este cenário é agravado pela subida dos custos de construção e manutenção de infraestruturas, que são afetadas pelas tarifas sobre equipamentos importados. Além disso, os preços dos bens duradouros, excluindo automóveis, aumentaram 0,5% em agosto, refletindo a transferência de custos para os consumidores.

Análises do Goldman Sachs indicam que, se até junho os consumidores absorveram cerca de 22% dos custos das tarifas, essa percentagem pode subir para 67% com a continuidade das atuais políticas tarifárias. Este fenómeno sugere que, embora as empresas tenham suportado inicialmente o peso das tarifas, os consumidores estão prestes a sentir um impacto mais significativo.

Em suma, as tarifas comerciais da administração Trump têm gerado receitas substanciais para o Tesouro dos EUA, mas também estão a contribuir para a inflação crescente, que afeta diretamente a vida dos consumidores. Apesar do montante impressionante arrecadado, a realidade fiscal revela que as tarifas representam apenas uma parte do bolo fiscal, enquanto a pressão inflacionária continua a aumentar.

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Fonte: ECO

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