Uma recente pesquisa do Datafolha revelou que 54% dos brasileiros são contra a proposta de amnistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Apenas 39% dos entrevistados apoiam a ideia de uma amnistia a Bolsonaro. A sondagem foi realizada nos dias 8 e 9 de novembro, antes da condenação do ex-presidente, que ocorreu a 11 de novembro.
A pesquisa, que envolveu 2.005 eleitores em 113 municípios, também indicou que 61% dos entrevistados se opõem a qualquer tipo de perdão para os condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiantes de Bolsonaro depredaram as sedes dos três Poderes. Apenas 33% são a favor da amnistia. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
Desde os ataques de janeiro, foram abertas 1.630 ações penais, resultando em 683 condenações, 11 abstenções e 554 acordos judiciais, com 382 processos ainda em andamento. A condenação de Bolsonaro marca um momento histórico, uma vez que ele se torna o primeiro ex-mandatário brasileiro a ser penalizado por tentar manter-se no poder.
Quatro dos cinco ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pela condenação de Bolsonaro, que poderá ser enviado para prisão em regime fechado, a menos que os recursos apresentados sejam aceites. O relator do caso, Alexandre de Moraes, ainda deve decidir sobre a possibilidade de prisão domiciliar.
A proposta de amnistia ganhou força entre os partidos do centrão, que têm pressionado a Câmara dos Deputados para discutir um projeto de lei nesse sentido. No entanto, a aprovação da amnistia enfrenta resistência no Senado e no STF, que tem jurisprudência contrária a indultos para crimes contra o Estado de Direito.
A aceitação da amnistia varia conforme a região do Brasil. No Nordeste, 63% dos residentes são contra a medida, enquanto no Sul, 50% apoiam a amnistia. O apoio à amnistia é mais forte entre os mais ricos e os evangélicos, com 52% a favor.
Em relação à prisão de Bolsonaro, 50% dos entrevistados defendem a sua detenção por tentativa de golpe, enquanto 43% são contra. Este apoio à prisão tem-se mantido relativamente estável desde abril, quando 52% acreditavam que ele deveria ser preso.
A pesquisa mostra que a confiança na execução da pena tem vindo a aumentar. Em abril, 52% acreditavam que Bolsonaro escaparia da prisão, mas esse número inverteu-se com a aproximação do julgamento, com 50% a acreditar que ele será encarcerado.
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Fonte: Sapo