Presidente da Irlanda propõe expulsão de Israel da ONU

Michael D. Higgins, presidente da Irlanda desde 2011, fez declarações contundentes sobre a situação em Gaza, sugerindo a expulsão de Israel das Nações Unidas. O líder irlandês referiu-se ao recente relatório da Comissão de Inquérito da ONU, que concluiu que Israel está a cometer genocídio contra os palestinianos. Para Higgins, este documento é “importante” e deve levar a uma ação internacional decisiva.

“Acredito que o tipo de ação necessária agora é a exclusão daqueles que estão a praticar genocídio e daqueles que estão a apoiar o genocídio com armamento”, afirmou o presidente irlandês. Ele sublinhou que a Irlanda deve considerar a sua própria postura em relação ao comércio com países que infligem sofrimento aos seus semelhantes. Este apelo surge num contexto onde muitos irlandeses veem paralelos entre a luta do seu país pela independência e a busca dos palestinianos pela autodeterminação.

Em 2022, a Irlanda reconheceu formalmente o Estado da Palestina e, recentemente, apoiou o caso da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, acusando Israel de genocídio. A Comissão de Inquérito da ONU, que fez as acusações contra Israel, declarou que desde o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro de 2023, as ações israelitas têm a “intenção de destruir” o povo palestiniano.

Navi Pillay, presidente da comissão, afirmou que “um genocídio acontece em Gaza e vai continuar a acontecer”, responsabilizando diretamente o Estado de Israel. Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel rejeitou categoricamente o relatório, considerando-o “tendencioso e mentiroso”. O governo israelita tem promovido uma narrativa que associa críticas à sua atuação em Gaza a antissemitismo, uma estratégia que se tem espalhado através da sua rede diplomática.

A Comissão também apontou que figuras proeminentes do governo israelita, como o presidente Isaac Herzog e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, incitaram o genocídio, sem que houvesse qualquer medida punitiva contra eles. Este cenário levanta questões sobre a responsabilidade internacional e a eficácia das instituições como a ONU.

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No âmbito da União Europeia, Kaja Kallas, alta representante da diplomacia da UE, condenou a ofensiva terrestre israelita em Gaza, afirmando que “só vai trazer mais devastação”. Contudo, Kallas admitiu que a UE não dispõe de ferramentas para travar a ação de Israel. A sua declaração reflete uma frustração crescente entre os líderes europeus, que reconhecem a necessidade de agir, mas se sentem limitados nas suas capacidades.

A situação em Gaza continua a ser uma questão complexa e delicada, que exige uma abordagem cuidadosa e uma análise crítica das ações de todos os envolvidos. A proposta de expulsão de Israel da ONU por parte do presidente irlandês é um passo audacioso que poderá abrir um debate mais amplo sobre a responsabilidade internacional em situações de conflito.

Leia também: A posição da União Europeia sobre o conflito israelo-palestiniano.

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Fonte: Sapo

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