A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) está prestes a anunciar, pela primeira vez em nove meses, uma redução das taxas de juro, com a expectativa de um corte de 25 pontos base. Este movimento, que poderá ocorrer esta quarta-feira, é amplamente antecipado pelos mercados, que atribuem uma probabilidade de 96% a esta descida, segundo o Banco Carregosa.
A decisão da Fed surge num contexto de desaceleração no mercado de trabalho, um dos principais fatores que justifica a mudança na política monetária. O economista sénior do Banco Carregosa, Paulo Monteiro Rosa, afirma que a manutenção das taxas atuais está praticamente descartada. Por outro lado, Michael Krautzberger, da Allianz Global Investors, espera que a taxa seja ajustada para um intervalo entre 4,00% e 4,25%.
A pressão política, especialmente vinda da administração Trump, também tem um papel importante nesta decisão. O presidente dos EUA tem insistido na necessidade de cortes nas taxas de juro, argumentando que a economia poderia beneficiar significativamente de uma redução mais acentuada. Trump destacou que, enquanto a Europa já implementou múltiplos cortes, os Estados Unidos ainda não o fizeram, o que, segundo ele, prejudica a competitividade da economia norte-americana.
Os analistas do Bankinter sublinham que a dúvida não reside em saber se haverá uma redução, mas sim na magnitude do corte e nas orientações que a Fed dará para as próximas reuniões. A sondagem da Reuters, que incluiu 107 economistas, também aponta para um corte de 25 pontos base, com muitos a preverem um novo ajuste já no próximo trimestre.
Os dados económicos recentes, como a criação de apenas 22 mil postos de trabalho em agosto e o aumento da taxa de desemprego para 4,3%, reforçam a necessidade de uma redução das taxas de juro. A inflação, que se mantém acima da meta de 2%, é outro fator que limita a margem para cortes mais agressivos. Paulo Monteiro Rosa acredita que, apesar da pressão para um corte maior, a Fed deverá optar por uma redução mais moderada, equilibrando a necessidade de estimular a economia com o combate à inflação.
A comunicação pós-reunião da Fed será crucial para entender o futuro da política monetária. A orientação que Jerome Powell, presidente da Fed, fornecer poderá esclarecer o ritmo e a extensão dos cortes de juros até ao final do ano. Os mercados já precificam a possibilidade de mais dois cortes de 25 pontos base nas reuniões de outubro e dezembro.
Em suma, a redução das taxas de juro pela Fed poderá ter um impacto significativo na economia norte-americana, especialmente no mercado de trabalho e na inflação. A expectativa é que esta decisão não só impulsione o crescimento económico, mas também reforce a confiança dos investidores. Leia também: O impacto das taxas de juro na economia global.
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Fonte: Sapo