O regresso da Teixeira Duarte à negociação no principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI, é um marco importante que sinaliza a recuperação da empresa após anos desafiantes. Manuel Maria Teixeira Duarte, presidente do Conselho de Administração, expressou o seu orgulho e responsabilidade ao receber a notícia do retorno da empresa, que passará a contar com 16 cotadas no índice a partir da próxima segunda-feira.
O gestor destacou que, após um período difícil, a Teixeira Duarte conseguiu regressar à rentabilidade, melhorar a margem operacional e expandir a sua carteira de encomendas. Este progresso deve-se, em parte, à implementação de medidas de reorganização e otimização de recursos, que resultaram numa maior eficiência nas operações e numa capacidade reforçada para executar projetos complexos, tanto a nível nacional como internacional. O recente acordo com instituições bancárias, que envolveu o refinanciamento de 654,4 milhões de euros de dívida, foi crucial para a estabilidade financeira do grupo e um reconhecimento do seu valor no setor.
A carteira de encomendas da Teixeira Duarte no setor da construção atingiu 1.630 milhões de euros em junho, representando um aumento de 5,9% em relação a dezembro de 2024. Este montante inclui o primeiro projeto de alta velocidade ganho pelo consórcio LusoLav, do qual a Teixeira Duarte faz parte, com um valor estimado de 440 milhões de euros.
Manuel Maria Teixeira Duarte também sublinhou a importância da disciplina financeira, da seleção criteriosa de projetos e da melhoria dos processos internos como fatores essenciais para aumentar a competitividade da empresa. O regresso ao PSI é visto como um reconhecimento do trabalho consistente e da solidez dos resultados, além de refletir a confiança que os investidores depositam na visão estratégica da Teixeira Duarte.
Nos primeiros seis meses do ano, as ações da Teixeira Duarte valorizaram impressionantes 291,14%, passando de 0,079 euros em dezembro de 2024 para 0,309 euros em junho de 2025. Recentemente, as ações chegaram a atingir os 0,58 euros, o que demonstra a atratividade da empresa nos mercados.
Atualmente, a Teixeira Duarte opera em 22 países, com mais de 175 empresas e cerca de 9.500 colaboradores. A empresa, fundada em 1921 por Ricardo Esquível Teixeira Duarte, continua a ser controlada pela família e está presente em vários setores, incluindo construção, concessões, imobiliário, hotelaria, distribuição e automóvel.
Nos últimos anos, a empresa enfrentou dificuldades, especialmente em mercados externos como a Venezuela e a Argélia. A suspensão da concessão do porto de La Guaira pela empresa pública venezuelana Bolipuertos e problemas judiciais na Argélia afetaram a sua operação. Contudo, o regresso ao PSI representa um novo capítulo na história da Teixeira Duarte, que se mostra resiliente e focada no futuro.
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Fonte: Sapo