As exportações de terras raras da China registaram em agosto de 2023 o maior volume desde que existem registos, em 2012. Este aumento surge após meses de tensões provocadas pelas restrições impostas por Pequim à venda externa destes minerais estratégicos. Segundo dados da agência de notícias Bloomberg, com base em informações das alfândegas chinesas, as exportações ascenderam a cerca de 7,34 toneladas no mês passado, um valor histórico.
Os produtos exportados incluem ímanes de alto desempenho, utilizados em diversos bens de consumo e até em aviões de combate. Este crescimento das exportações de terras raras ocorre numa altura em que Pequim e Washington estão envolvidos em negociações comerciais, com uma nova ronda a ter lugar em Madrid. Esta conversa antecede uma esperada chamada telefónica entre os presidentes dos Estados Unidos e da China.
Desde abril de 2023, no contexto da escalada tarifária com os EUA, a China passou a exigir licenças de exportação para sete dos 17 minerais do grupo das terras raras, incluindo samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio. A justificativa para esta medida é a segurança nacional. Esta nova política resultou numa queda acentuada nas exportações, que só começaram a recuperar após um acordo alcançado em junho, durante uma ronda negocial em Londres. Nesse encontro, a China comprometeu-se a agilizar a emissão de licenças.
Apesar da retoma nas exportações de terras raras, estes materiais continuam a ser um ponto crítico nas relações comerciais entre os dois países. A preocupação com possíveis rupturas no fornecimento e a possibilidade de os EUA aplicarem novas tarifas caso não seja garantido o acesso a estes minerais essenciais para várias indústrias, incluindo a aeronáutica, mantêm a tensão elevada.
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Fonte: Sapo