As agências publicitárias em Portugal estão a atravessar um período de grandes desafios, conforme destaca Diogo Anahory, co-fundador da DJ, uma nova agência que já trabalhou com marcas como a Rádio Comercial e o Museu de Arte Contemporânea. Anahory sublinha que o mercado não tem conseguido adaptar-se a problemas estruturais que persistem há anos, como a fusão entre grandes grupos como a Omnicom Media Group e a IPG, ou a venda das operações da Dentsu fora do Japão.
Segundo Anahory, a concentração no mercado é um sinal de que as agências não estão a prosperar como deveriam. “Quando há fenómenos de concentração, é porque o mercado não está a crescer”, afirma. A pressão financeira e a necessidade de resultados rápidos têm levado as agências a desvalorizar o seu trabalho criativo, criando um ciclo vicioso que dificulta a retenção de talento.
João Pacheco, também co-fundador da DJ, acrescenta que as agências precisam de refletir sobre a sua relevância e sobre como podem aproveitar o talento humano existente. “As agências vão ter que olhar com muito rigor para si próprias e perceber onde conseguem ser relevantes”, diz Pacheco. Ele destaca que a criatividade e a capacidade de surpreender são fundamentais para o sucesso no setor publicitário.
A pressão para entregar resultados rápidos tem levado a um aumento da utilização de soluções automatizadas, que muitas vezes não requerem a intervenção das agências. Anahory alerta que, se as agências não se adaptarem, correm o risco de se tornarem irrelevantes. “Para as soluções rápidas, as agências não são importantes”, afirma.
A transformação digital e a inteligência artificial estão a mudar a forma como as agências operam. Pacheco defende que, apesar das dificuldades, as agências têm a capacidade de se reinventar, mas para isso precisam de tempo para parar e refletir sobre o futuro. “É necessário que as agências saibam parar e refletir”, sublinha.
A valorização do talento humano é um dos maiores desafios que as agências enfrentam. A pressão financeira tem levado muitas vezes à perda de profissionais experientes, que são cruciais para a inovação e a criatividade. “Se há setor onde há mentes criativas para resolver os dilemas da indústria, é o nosso”, conclui Anahory.
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Fonte: ECO