Ranking da felicidade: o que revela o Campeonato do Mundo

O ranking da felicidade mundial, que utiliza a Escada de Cantrill, é uma ferramenta que permite medir a satisfação das pessoas em diferentes países. Este método consiste numa simples pergunta: “Imagine uma escada com degraus numerados de 0 a 10. Em que degrau se sente atualmente?” Esta abordagem é considerada “democrática e universal”, pois permite que cada indivíduo avalie a sua própria vida, independentemente da cultura ou origem.

Ao longo dos anos, peritos independentes têm analisado os dados recolhidos pelo inquérito mundial da Gallup, que inclui, em média, mais de 100 mil respostas de cidadãos de mais de 140 países. A combinação dos dados dos últimos três anos proporciona uma estimativa mais precisa do ranking da felicidade de cada nação.

O relatório anual não se limita apenas a apresentar números, mas também investiga a relação entre a felicidade e diversos fatores como idade, género, migração e generosidade. Na edição de 2025, o foco recaiu sobre “o impacto do cuidar e da partilha na felicidade das pessoas”, destacando que cuidar de alguém traz benefícios tanto para quem dá quanto para quem recebe.

Os resultados do ranking da felicidade são influenciados por seis variáveis principais: a presença de alguém em quem se possa confiar, o PIB per capita, a esperança de vida saudável, a liberdade de escolha, a generosidade e a ausência de corrupção. Estas variáveis foram selecionadas por serem as que melhor explicam as diferenças na avaliação que os habitantes fazem da sua vida.

Curiosamente, o relatório utiliza um país fictício, denominado Distopia, como referência para ilustrar as piores condições de vida. Neste país imaginário, a corrupção é extrema, a generosidade é inexistente e a liberdade é quase nula. Embora o Afeganistão, especialmente para as mulheres, tenha sido mencionado como um dos países que mais se aproxima desta realidade, nenhum país verdadeiro conseguiu registar resultados tão negativos.

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Entre os dados globais, observa-se que os países com menor população tendem a ter um ranking da felicidade mais elevado. Nações com menos de 15 milhões de habitantes apresentam, em média, uma maior esperança de vida e um PIB per capita superior. No entanto, a frequência de atos benevolentes tende a ser menor nestes países.

O clima também é um fator frequentemente discutido em relação à felicidade. Embora muitos acreditem que o sol e o calor influenciam a satisfação, os especialistas afirmam que o impacto da meteorologia é diminuto. Países nórdicos, que têm climas frios e escuros, continuam a liderar o ranking da felicidade, sugerindo que a adaptação ao ambiente local é crucial para o bem-estar.

Outro ponto importante é a relação entre o uso de antidepressivos e os índices de felicidade. Embora as taxas de suicídio nos países escandinavos tenham sido elevadas na década de 1980, atualmente estão próximas da média europeia. O aumento do uso de antidepressivos não é necessariamente um indicador de insatisfação, mas sim uma diminuição do estigma associado às doenças mentais e melhorias nos tratamentos disponíveis.

Portugal, com taxas elevadas de antidepressivos, ainda pode ter uma boa classificação no ranking da felicidade. A pergunta que se coloca é: conseguiremos ser campeões do mundo da felicidade? A resposta será revelada no próximo capítulo desta análise sobre os índices de felicidade globais.

Leia também: Campeonato do mundo da felicidade – Parte I.

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Fonte: Doutor Finanças

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