A Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Nacional Soares dos Reis e o Museu de Arte Contemporânea Armando Martins expressaram hoje o seu pesar pela morte do artista plástico português Eduardo Batarda, que faleceu em Lisboa aos 81 anos. A sua contribuição para a arte contemporânea em Portugal é inegável, e a sua partida deixa um vazio significativo no panorama artístico nacional.
Em comunicado, a Fundação Gulbenkian recordou a longa ligação que manteve com Eduardo Batarda desde a década de 1970, quando o artista foi bolseiro e se formou no Royal College of Art, em Londres. O seu percurso artístico foi marcado por uma vasta produção, que inclui mais de 200 obras expostas numa retrospetiva no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian em 1998. Recentemente, a fundação adquiriu três novas obras do artista, aumentando para 13 o número de peças de Batarda na sua coleção.
O Museu Nacional Soares dos Reis, localizado no Porto, sublinhou que Eduardo Batarda deixou um legado artístico complexo e multifacetado, caracterizado pela sua irreverência e pelas influências da cultura pop. Por sua vez, o Museu de Arte Contemporânea Armando Martins manifestou a sua “profunda tristeza” pela perda de uma figura central da arte contemporânea em Portugal. Este museu destacou ainda o impacto que Batarda teve como professor e mentor de muitos artistas que hoje se destacam no cenário artístico.
O galerista Pedro Oliveira descreveu Eduardo Batarda como um artista marcante, cuja influência se estendeu não apenas à sua geração, mas também às que se seguiram. “Teve muitos alunos que hoje são excelentes artistas”, afirmou Oliveira, elogiando o legado que o artista deixou nas novas gerações. Nos últimos anos, Batarda trabalhou menos devido a problemas de saúde, mas a sua obra continua a ser uma referência importante.
Nascido em Coimbra em 1943, Eduardo Batarda iniciou a sua formação em Medicina, mas abandonou-a para se dedicar à Pintura, que estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Em 1976, começou a lecionar na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde combinou o ensino com uma prática artística intensa. As suas primeiras exposições datam de 1966 a 1968, e entre as mais recentes destaca-se a antológica no Museu de Serralves, em 2011.
Este ano, Eduardo Batarda foi a “figura central” da Bienal de Arte Contemporânea da Maia, reafirmando a sua relevância no mundo da arte. O artista foi agraciado com vários prémios ao longo da sua carreira, incluindo o Prémio Fundação EDP de Artes Plásticas em 2007 e a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura em 2020. A sua obra e o seu legado continuarão a inspirar e a desafiar a forma como olhamos para a arte contemporânea.
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Fonte: Sapo