O Governo português manifestou, esta terça-feira, a necessidade urgente de a Comissão Europeia e os Estados-membros da União Europeia (UE) acelerarem as suas ações para enfrentar a questão da baixa produtividade da economia comunitária. O apelo surge em um contexto de crescente exigência e competitividade global.
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, sublinhou que, apesar de a Comissão Europeia ter iniciado o seu mandato com uma agenda ambiciosa, designada como Competitiveness Compass (Bússola da Competitividade), é imperativo que as iniciativas avancem mais rapidamente. “Os tempos são cada vez mais exigentes, as necessidades são cada vez maiores”, afirmou à agência Lusa durante a reunião informal dos ministros das Finanças da UE, que decorre em Copenhaga.
O governante português destacou que a baixa produtividade da economia europeia, quando comparada com a dos Estados Unidos, exige uma resposta mais ágil por parte das instituições comunitárias. “Os nossos concorrentes respondem cada vez mais rápido e, portanto, a Comissão, o parlamento e os governos nacionais têm de acelerar para resolver os problemas da baixa produtividade”, reiterou.
Na reunião, os ministros discutiram formas de simplificar a legislação comunitária, um passo considerado crucial para aumentar a competitividade económica da UE. Joaquim Miranda Sarmento apoiou a iniciativa de simplificação proposta pela Comissão, conhecida como Omnibus, e enfatizou que “grande parte da carga burocrática que as empresas e as famílias sentem resulta de regras europeias que podem ser simplificadas ou até revogadas”.
O debate sobre a baixa produtividade e a necessidade de simplificação surge num momento em que se assinala um ano desde a publicação de um relatório do antigo primeiro-ministro italiano, Mario Draghi. Este documento estimou que a UE precisa de um investimento adicional de 800 mil milhões de euros por ano para enfrentar a concorrência da China e dos Estados Unidos, o que representa mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) comunitário.
Draghi também apontou a inovação, a descarbonização e os elevados preços da energia como desafios principais, propondo uma emissão regular de dívida comum na UE para financiar estas necessidades. Recentemente, ele criticou a lentidão da UE em termos de competitividade, apelando a uma nova dinâmica que permita obter resultados em meses, e não em anos.
A pressão para resolver a baixa produtividade da economia europeia é, portanto, um tema central nas discussões atuais da UE, refletindo a urgência de ações eficazes que possam garantir um futuro mais competitivo para a região.
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Fonte: ECO