A entrega das 117 automotoras da CP, destinadas a comboios regionais e urbanos, sofreu um atraso significativo, passando de 2023 para 2029. Este adiamento deve-se à contestação judicial apresentada pelas empresas Stadler e CAF, que questionaram o resultado do concurso público ganho pela Alstom. Como resultado, a CP perdeu cerca de 191 milhões de euros em fundos europeus.
Em julho de 2021, o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, anunciou que as primeiras automotoras chegariam em 2026, com a entrega completa prevista para 2029. No entanto, agora, o ministério das Infraestruturas confirmou que a entrega das automotoras começará apenas em 2029, prolongando o processo até 2033. Este investimento, que totaliza 819 milhões de euros, inclui 62 comboios urbanos e 55 regionais.
O concurso para a aquisição das automotoras foi oficialmente lançado em dezembro de 2021, com o vencedor anunciado em novembro de 2023. Contudo, a contestação judicial levou a uma paragem do processo, que só foi resolvido entre agosto e setembro deste ano, com a adjudicação a favor da Alstom.
Recentemente, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que altera o calendário de despesa e as fontes de financiamento para a aquisição destes comboios da CP, reforçando a modernização do material circulante e dos serviços regionais e urbanos.
O atraso na entrega dos comboios da CP teve um impacto significativo, resultando na perda de fundos europeus. O ministério das Infraestruturas revelou que a impugnação judicial, que se estendeu de dezembro de 2023 a agosto de 2025, causou a perda de 191 milhões de euros do Programa Sustentável 2030. Agora, esses fundos terão de ser cobertos pelo Orçamento do Estado ou por novos programas de financiamento que ainda estão a ser definidos.
A Alstom, por sua vez, tem planos de consolidar a sua presença em Portugal. O CEO da empresa para Espanha e Portugal, Leopoldo Maestu, afirmou que a Alstom tem um “plano industrial muito sério para Portugal”. A multinacional comprometeu-se a abrir uma fábrica em Matosinhos, o que poderá criar cerca de 300 postos de trabalho diretos e 1.500 indiretos, caso vença o concurso.
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Fonte: ECO