Mariana Mortágua, coordenadora nacional e única deputada do Bloco de Esquerda (BE), está a bordo de uma flotilha humanitária que se dirige a Gaza. Para garantir a representação do partido no Parlamento, Mortágua será substituída por Andreia Galvão, dirigente do BE. Esta decisão surge após uma reflexão profunda da deputada, que ponderou a importância da sua presença na flotilha e a necessidade de o partido manter a sua voz ativa nas discussões parlamentares.
Através de um comunicado no site oficial do BE, foi revelado que a ausência de Mortágua em São Bento poderia deixar o partido sem representação, o que levou à decisão de nomear Galvão. Esta última foi a número três da lista do BE nas eleições legislativas de maio, no círculo eleitoral de Lisboa. A fonte oficial do partido confirmou à Lusa que o número dois da lista, Fabian Figueiredo, não assumirá o mandato devido a um “impedimento profissional”.
Enquanto isso, a flotilha enfrenta desafios significativos. Israel alertou que não permitirá a entrada de nenhum navio numa “zona de combate ativa” e reiterou a legalidade do bloqueio naval. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel fez um apelo aos participantes da flotilha, sugerindo que, se o objetivo é entregar ajuda humanitária, os navios deveriam atracar no porto de Ascalon, de onde a ajuda seria transferida para Gaza.
A flotilha, que inclui cerca de 300 voluntários de 44 países, é composta por ativistas, políticos, jornalistas e médicos, incluindo cidadãos portugueses. Este esforço é considerado a maior flotilha organizada até à data e visa não só levar ajuda humanitária ao enclave palestiniano, mas também denunciar o cerco imposto por Israel. Entre os participantes estão Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício, além da ativista ambiental sueca Greta Thunberg.
A flotilha partiu da Tunísia na semana passada, após vários adiamentos devido a preocupações de segurança, preparação dos barcos e condições meteorológicas. O objetivo é chegar a Gaza para entregar ajuda e “quebrar o bloqueio israelita”, após tentativas anteriores terem sido bloqueadas em junho e julho.
A situação em Gaza é crítica, com as Nações Unidas a declararem estado de fome em parte da região. Desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou em cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, a retaliação de Israel causou mais de 65 mil mortes e a destruição de infraestruturas essenciais. A crise humanitária agrava-se, com relatos de mortes por desnutrição e fome, principalmente entre crianças.
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Mariana Mortágua Mariana Mortágua Mariana Mortágua Nota: análise relacionada com Mariana Mortágua.
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Fonte: ECO