Talk .IA: Estado e Empresas Debatem Futuro da Inteligência Artificial

A primeira edição da Talk .IA teve lugar na manhã de 24 de setembro, no Estúdio ECO, e trouxe ao palco uma discussão sobre a interligação entre políticas públicas e a prática empresarial. O evento contou com a presença do secretário de Estado para a Digitalização, Bernardo Correia, e de um painel que incluiu Paulo Soeiro Ferreira, da Visabeira, e Pedro Lomba, da PLMJ. Durante a sua intervenção, Correia sublinhou a importância de simplificar a relação entre o Estado e os cidadãos, reduzindo a fragmentação tecnológica na Administração Pública e promovendo a utilização da inteligência artificial (IA) como um meio para aumentar a produtividade e a soberania económica.

O debate abordou os desafios que a indústria e os serviços enfrentam na implementação da IA, como a medição do retorno sobre o investimento (ROI) e a adaptação de processos nas fábricas. A Visabeira apresentou um caso de sucesso com uma plataforma de computação que visa reduzir latências, enquanto a PLMJ destacou que a conformidade e as auditorias podem ser transformadas em vantagens competitivas. A escolha de como e onde utilizar a inteligência artificial é, segundo os especialistas, tão crucial quanto a tecnologia em si.

Bernardo Correia enfatizou que o Governo pretende “levar o Estado ao ginásio”, focando na simplificação de procedimentos e na redução da burocracia antes de avançar para a digitalização. O objetivo é criar serviços mais simples e interoperáveis, disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, suportados por uma infraestrutura soberana e reforçada em cibersegurança. A criação do CTO do Estado e da ARTE — Agência para a Reforma Tecnológica do Estado — visa coordenar a transformação digital da Administração Pública e combater a fragmentação tecnológica.

A competitividade e a regulação foram também temas centrais, com a Anacom a assumir o papel de coordenadora na regulamentação da inteligência artificial em Portugal, conforme o regulamento europeu da IA. A OCDE estima que a adoção de IA pode aumentar a eficiência na Administração Pública em 20 a 40%. Contudo, apenas 56% da população possui competências digitais básicas, com o objetivo de atingir 80% até 2030.

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O painel discutiu ainda os obstáculos à adoção da IA nas empresas. A Visabeira partilhou a sua experiência com uma infraestrutura privada de computação que suporta casos industriais em tempo real. A adoção da IA pode ser dividida em duas abordagens: horizontal, que se refere a ferramentas de produtividade, e vertical, que implica mudanças nos processos de negócio. Para escalar a adoção, é necessário o apoio da alta gestão e uma abordagem top-down para superar a resistência à mudança.

Os especialistas concordaram que a falta de formação e literacia em IA é um desafio a ser superado. A capacitação contínua dos profissionais é essencial para garantir que as empresas não percam competitividade. A mensagem final do painel foi clara: quem não adotar a inteligência artificial corre o risco de ficar para trás. Experimentar com critério, formar equipas e medir o impacto da IA são passos fundamentais para o sucesso.

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Fonte: ECO

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